Coordenação local montou histórico com os dados das cheias em Montenegro
Você sabia que a enchente de julho de 1928 foi a maior da história de Montenegro? E que o mês de outubro é o que tem mais incidência deste fenômeno no Município; ou que janeiro é o único mês do ano em que não há registro de cheias na cidade?
Esses são alguns dos apontamentos obtidos pelo levantamento histórico das enchentes que vem sendo realizado pela Defesa Civil. Conforme o coordenador do órgão montenegrino, Elton José Santos da Silva, estão sendo compiladas todas as informações locais em prol de um melhor entendimento do fenômeno. O objetivo é otimizar ainda mais o trabalho da equipe para ações mais rápidas nas áreas alagadiças.
“A ideia é verificar através dos dados se as enchentes são cíclicas e se têm intervalos regulares, pelo menos as de maior porte”, explica Elton. O histórico levantado e categorizado pelo coordenador começa em 1928 e vai até maio deste ano, com a última cheia registrada. “Assim, fica muito mais fácil analisar”, salienta.
O principal papel da Defesa Civil, hoje, é coordenar e orientar ações que tirem as pessoas de áreas em risco, especialmente em tempos de enchente. Este novo compilado histórico foi obtido com base em dois importantes parceiros do órgão nestas situações: a empresa Tanac, que tem um aprimorado monitoramento do nível do Rio Caí e consegue, por vezes, antecipar uma cheia com até 48 horas de antecedência; e a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), um órgão governamental que faz o acompanhamento do rio através de réguas digitais de controle.
Elton adiciona que, além do aproveitamento dos dados para o trabalho da Defesa Civil local, o compilado também tem importância como fonte histórica. “Fiz algumas pesquisas e é muito difícil conseguir dados precisos”, coloca. O material está disponível junto à sede do órgão, no Parque Centenário.
Números categorizam as maiores enchentes da história de Montenegro
1º LUGAR: 1928
Na maior cheia de nossa história, o nível do rio chegou a 9,24 metros, de acordo com a Defesa Civil. O dado leva em conta o ponto onde, desde 2010, está instalada a régua do CPRM, e sua relação proporcional com a medição feita pela Tanac. Na época, o ponto onde fica a empresa registrou 7,14 metros. Na Ramiro Barcelos, a água passou da altura do cruzamento com a rua José Luis e, dizem, chegou à altura da Praça Rui Barbosa. A imagem não mostra o ponto mais alto da cheia, mas é um dos poucos registros existentes desta época.
2º LUGAR: 1941Conta a história que esta foi a maior enchente registrada na história de Porto Alegre. Por aqui, ela ocupa o segundo lugar. O nível do rio chegou a 9,07 metros. Na Tanac, a água atingiu 6,97 metros. Foi longe cidade adentro.
3º LUGAR: 1965A foto feita do Morro São João é um registro da terceira maior enchente do Município. Marcou 8,59 metros, de acordo com a Defesa Civil. Na régua da Tanac, foram 6,49 metros marcados.
4º LUGAR: 2007Empatada com o terceiro lugar, a enchente de setembro de 2007 foi uma das três registradas naquele ano. Também marcou 8,59 metros totais, com 6,49 metros na da Tanac.
5º LUGAR: 1982Fechando a lista das cinco maiores cheias levantadas no estudo, Montenegro teve, em 1928, o Rio Caí atingindo 8,49 metros. Na Tanac, a medição alcançou 6,39 metros.