- Lojistas mostram mudança de rotina e pedem colaboração
Após mais de um mês sem poderem receber clientes, apenas com as tele-entregas e retiradas, os comerciantes ganharam a permissão de reabrir suas lojas em horários determinados, apesar da bandeira vermelha. A autorização veio na semana passada, oferecendo algum alívio aos empreendedores da cidade na tentativa de recuperar parte das perdas com os dias fechados.
E após semanas difíceis e de muitas restrições, o foco da maioria é em redobrar cuidados para garantir vendas seguras e que não acarretem em aumento do contágio pelo novo coronavírus. Ninguém quer voltar ao fechamento, ninguém quer pessoas doentes ou o risco de lockdown. E a palavra de ordem, bem nessa linha, é cuidado.
“Nós sempre tivemos muito cuidado com a limpeza da loja e agora é mais ainda”, destaca a lojista Ziomar Karnal, que comercializa artigos para bebês e crianças pequenas. “Nós tínhamos um espaço com brinquedos para os pequenos brincarem que a gente recolheu. Temos o álcool gel na entrada, o uso das máscaras é obrigatório e estamos sempre limpando os balcões e a loja”.
Lidando muito com gestantes, que são grupo de risco de contaminação pelo coronavírus, Ziomar aponta cuidado especial na marcação de horários e na manutenção do distanciamento. “As vezes eu marco com elas até antes de abrir a loja para atender separado. A gente faz muito isso”, conta.
Comerciante do ramo de vestuário, Juliano da Costa também está atento às orientações. Faz higienizações periódicas com álcool 70% e solução de água sanitária na loja, balcões e equipamentos, como o mouse e o teclado do computador onde registra as vendas. “E depois que o cliente vem e sai do estabelecimento, a gente também faz a limpeza de onde ele esteve”, salienta.
Os mais recentes protocolos de cuidados pela contaminação proíbem a prova de roupas que tenham contato com o rosto do cliente, mas Juliano garante que é possível lidar com a regra. “Como a gente já tem experiência de mercado, a gente sabe os tamanhos olhando para a pessoa”, pontua. Toda roupa experimentada passa por processo de aeração e limpeza e só retorna aos expositores após 48 horas.
Com tantas regras e particularidades, que vão sendo atualizados a cada rodada do sistema de bandeiras, o empresário conta que os lojistas montenegrinos têm um grupo de WhatsApp onde trocam informações e orientações. “É onde vamos trocando ideias e acompanhando. É preciso estar sempre antenado”, coloca.
É preciso contar com a colaboração de todos
Os lojistas que, de um lado, estão atentos aos protocolos instituídos pelas autoridades, de outro estão preocupados com pessoas que ainda não assumiram para si a responsabilidade de tomar os devidos cuidados em relação ao vírus. É consenso que, se a comunidade não se unir para tomar as precauções, mesmo as mais básicas, o número de casos não parará de crescer e a chance de novas restrições serem decretadas não deixará de existir.
“A grande maioria está se cuidando, mas tem exceções a regra”, lamenta o empresário Juliano da Costa. “Esses tempos, eu já tive que barrar gente que chegou sem máscara. Fica um constrangedor, mas é necessário”, detalha o comerciante.
Em sua loja, Ziomar conta que passa pelo mesmo. “Às vezes, os clientes chegam entre seis, tudo da mesma família e ficam todos juntos. Aí eu peço para eles ficarem mais afastados. Tem até quem fique com cara de brabo, mas não é necessário sair seis pessoas da mesma família para ir numa loja”, avalia a empresária.
Responsável pelo controle de infecção no Hospital Montenegro, o enfermeiro Diogo Bonini falou sobre as precauções em recente edição do programa Pronto, Falei!, do Jornal Ibiá. “O uso da máscara reduz muito (as chances de contágio). A higienização das mãos também, na entrada e na saída, assim como dos materiais, do computador, de todo o uso de cada comerciante ou funcionário que ali trabalha”, garante o especialista.