Prefeitura quer viabilizar obra no prédio no próximo ano
A situação do prédio do Museu Histórico Municipal Nice Antonieta Schüler segue indefinida. O local sofre há vários anos com problemas de deterioração no telhado e no forro de madeira, além de infiltrações, falhas no reboco e na pintura. A ideia inicial da Prefeitura era viabilizar uma reforma no espaço ainda em 2021, mas a troca no comando da Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural (Dipahc) fez o processo parar por alguns meses, o que acabou atrasando a solução do problema.
Atual diretora do Dipahc, Daiane Almeida de Azevedo, explica que, quando assumiu, o projeto de restauração do prédio já estava em andamento pela Secretaria de Obras Públicas. A ideia é que essa primeira fase do processo de reforma do Museu seja finalizada esse ano. “A gente acredita que, até o final do ano, estará pronto o projeto, porque a ideia é tentar alguma reforma no ano que vem. Queremos tentar alguma parceria com a iniciativa privada, como a que garantiu a restauração da Estação”, destaca Daiane.
Segundo Daiane, a demora na finalização do projeto se deve também à idade do prédio, que, para ser restaurado, precisa antes passar por medições e averiguações a fim de evitar danos a sua estrutura. “Já veio uma arquiteta para fazer este trabalho. Agora, o próximo passo é ver o que vai ser mudado e como vai ser mudado”, aponta.
Acervo ainda não foi afetado
Apesar da gravidade dos problemas no prédio, a diretora do Dipach afirma que o acervo do Museu não é afetado. Como prevenção, a área mais crítica, que fica na parede da fachada, foi isolada e os objetos históricos realocados.
Conforme Daiane, a situação também não tem impedido o acesso ao local, que foi reaberto para visitação de forma agendada. As visitas estão acontecendo na parte da manhã, de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h, e à tarde, nas segundas e quartas-feiras, das 13h30min às 16h30min. “Por enquanto, a questão estrutural do prédio não impede que o acervo permaneça no local, mas quem vai saber dizer isso, quanto ao futuro, são os engenheiros. Mas, por enquanto, a gente ainda consegue utilizar o espaço”, aponta a diretora.
No entanto, essa situação deve mudar assim que iniciar a reforma do espaço. Daiane explica que a ideia é deslocar o acervo do Museu para outro local, afim de preservar as peças. “Reformar com os objetos embaixo fica complicado. Pode cair alguma coisa em cima e danificar e são objetos tombados, históricos. Então possivelmente a gente vai ter de sair e verificar outro local, mas não temos nada previsto ainda”, declara.
A meta para o próximo ano também é ampliar a área de exposição, com a utilização do espaço que fica nos fundos do Museu. Conforme Maria Adelita de Vargas, professora responsável pelo Museu Histórico Municipal Nice Antonieta Schüler, a instituição já dispõe de um acervo de antigas máquinas agrícolas que eram utilizadas pelos agricultores da região, mas que ainda não estão expostas por falta de espaço.
“Vamos ter que fazer um cercamento melhor pra poder colocar esse material em exposição nessa área atrás do Museu. Também queremos montar uma praça no quintal, onde as pessoas poderão chegar e ter uma área de lazer, tomar um chimarrão. Isso pra o próximo ano”, diz Maria Adelita.
Peças raras compõem o acervo do Museu
O acervo do Museu Histórico MunicipalNice Antonieta Schüler é composto de peças consideradas verdadeiras relíquias e que ajudam a contar a história do Município e da região. “Nós temos peças raras e muito importantes, como fragmentos de cerâmica das antigas panelas de barro produzidas pelos indígenas aqui da nossa região. Temos também machado de pedra e uma ponta de lança datada de 10 mil anos atrás”, relata Maria Adelita de Vargas.
Por isso, a preocupação é viabilizar a reforma o quanto antes, para evitar que alguma das peças se deteriorem em razão da estrutura do prédio. A equipe do Museu realizou uma série de mudanças na exposição, que estava no local há 20 anos sem ser alterada. Maria Adelita explica que a mostra foi dividida em ambientes, para melhorar o aproveitamento das peças e trazer mais clareza do material ao público. “Criamos o ambiente escolar, dormitório, a cozinha, a sala de estar, o ambiente de escritório e o ambiente comercial”, relata. Além disso, o espaço conta com novas peças que foram incorporadas ao acervo, como máquinas fotográficas antigas.
O trabalho de escolha dos objetos que ficam no Museu e o tombamento histórico também ganharam um reforço. Isso porque, após dez anos desativada, a Comissão do Acervo foi reestruturada e voltou a ter encontros. As reuniões da Comissão estão acontecendo mensalmente e é nelas que se decide o que vai ser tombado e ficar no Museu e o que será direcionado para outra instituição. “Não temos como pegar tudo o que nos doam, então essa Comissão serve pra fazer esse crivo”, afirma a diretora do Dipach.