A Câmara Setorial da Citricultura do Rio Grande do Sul reuniu-se nesta semana, por meio de videoconferência, para avaliar os estragos no setor durante a estiagem, combinada com a pandemia de coronavírus. Sob coordenação do secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, houve a participação de 36 citricultores do Vale do Caí, Alto Uruguai, Fronteira Oeste e Serra Gaúcha, que reivindicaram que o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), do Banco Central, cubra as perdas de laranjas e bergamotas por variedades. A especificação é porque têm cultivares específicas de outono, de inverno e algumas que ainda serão colhidas na primavera.
Eles confirmaram perdas variando entre 20% e 50% em relação à previsão inicial de colheita, especialmente no caso de algumas variedades de bergamotas. O secretário solicitou que o diretor da Divisão de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Seapdr, Ivan Bonetti, para que o Proagro possa atender por variedade.
Em relação à comercialização de laranjas para as indústrias de suco, que deve iniciar nos próximos dias, os produtores mostraram-se apreensivos com os preços sinalizados. Os valores estão abaixo do mínimo de R$ 380,00 a tonelada, estabelecido pelo Governo Federal. Os representantes das indústrias informaram que aumentaram a capacidade de armazenagem, e assim garantir a compra dos produtores. O setor relata a ambiguidade, entre a redução de consumo de sucos no mercado interno, e a alta do dólar que favorece as exportações; embora não haja ainda um horizonte para o comportamento do câmbio e do mercado.
Neste sentido, Covatti Filho solicitou que produtores de laranja e indústrias, em curto prazo, informem a situação da comercialização. Com base nisto, e se for o caso, o Estado buscará junto ao Governo Federal mecanismos de política agrícola para apoio aos citricultores e às indústrias.