Nesta manhã, os alunos da Escola Estadual Técnica São João Batista realizaram uma manifestação em apoio à situação dos professores que estão com salários parcelados. Na escola, que aderiu a greve dos professores estaduais hoje, os alunos se reuniram no pátio para cantar uma paródia da música “Você partiu meu coração”, sobre o descaso com a educação. Pelo período trabalhado em agosto, os educadores receberam apenas R$ 350,00 do salário.
“Você partiu o nosso pão. Governador vai dar problema. Agora vai faltar então, educação, saúde e merenda”, dita um trecho da música, cantada em peso pelos alunos. A iniciativa partiu do Grêmio Estudantil da escola, a Chapa Conecta, que, em parceria com a professora Alma Dahlem, compôs a canção. “No dia do recebimento dos R$ 350,00, os professores desabafaram conosco em aula e isso nos tocou muito. A gente se põe no lugar deles”, conta a vice-presidente do Grêmio, Daniele Santarem.
“É uma forma de mostrar nossa indignação e de os alunos expressarem isso”, relata Alma. “A gente quer que essa paródia vire um hino para que outras escolas também cantem este movimento. Esse tipo de ato também é uma forma de educar o aluno para a cidadania.” Amanhã, os estudantes optaram por participar do desfile de 7 de setembro em um protesto silencioso, todos de preto, representando o luto pela educação.
Confira a letra da paródia
Você partiu o nosso pão
Governador vai dar problema, não, não, não
Agora vai faltar então
Educação, saúde, merenda
Cara, não é assim
Você partiu o nosso pão
Governador vai dar problema, não, não, não
Agora vai faltar então
Educação, saúde, merenda
Cara, não é assim
Se eu não tenho nem dinheiro
Quem dirá ensinar com amor
Você vacilou primeiro
Nosso jogo acabou
E nessa fossa eu fui primeiro
Quando passa esse terror?
Tô na vida sem dinheiro
Dá salário, por favor
Você partiu o nosso pão
Governador vai dar problema, não, não, não
Agora vai faltar então
Educação, saúde, merenda
Cara, não é assim
Você partiu o nosso pão
Governador vai dar problema, não, não, não
Agora vai faltar então
Educação, saúde, merenda
Cara, não é assim