Autorizações também impõem uma série de regras e cuidados
Em decreto publicado na segunda edição do Diário Oficial do Estado dessa segunda-feira, 14, o governo estadual liberou as atividades esportivas em quadras no Rio Grande do Sul. O texto traz que as práticas que envolvem serviços de educação física, clubes sociais esportivos e clubes de futebol estão permitidas nos municípios com bandeiras laranja (há pelo menos duas semanas consecutivas) e amarela no modelo de Distanciamento Controlado.
A liberação é uma demanda de tempo de empresários do setor que, desde março, com a eclosão da pandemia, estão parados. Com a autorização do Estado, a Prefeitura de Montenegro já emitiu seu decreto próprio logo na terça-feira, dia 15. Oficialmente, o Município está há menos de uma semana na bandeira laranja; mas, como aderiu ao sistema de cogestão – de acordo com a Procuradoria Geral – também entra no rol dos que podem liberar as atividades esportivas.
Dentre as ações preventivas para que isso ocorra, foram decretadas uma série de regras. Há a exigência de que todas as pessoas passem por triagem ao entrarem nos estabelecimentos; o uso de vestiários e bebedouro é proibido; e é necessária a limpeza frequente de ambientes e superfícies de toque constante. A confraternização antes ou após os jogos não é permitida.
Os jogos também devem ter intervalo de 30 minutos para que os atletas de equipes anteriores não se encontrem. Público ou acompanhantes que não participem das atividades estão proibidos; e cada jogador precisa chegar fardado, trazendo sua toalha e se comprometendo a lavar seu uniforme para evitar riscos de contaminação. O uso de espaços de entretenimento como churrasqueiras e praças infantis segue vedado.
Ainda não há previsão para o retorno dos campeonatos nos clubes de Montenegro
Edison Zang (Edinho), presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Gaúcho e vice-presidente Administrativo do Cantegril, destaca que o decreto tem como fins específicos a abertura de quadras poliesportivas em locais fechados. “Campeonato ainda não pode retornar porque existe a questão da aglomeração. Mas os clubes já estão se mobilizando para o ajuste do decreto, em termos de projeto, para ver o que se consegue na questão da liberação de disputas”, destaca.
Envolvido em dois clubes da cidade, Edinho afirma que mesmo com a possibilidade de retorno das competições, o formato atual talvez precise ser avaliado. “Não houve nenhuma reunião em relação a isso, mas adianto que a chance de continuação do campeonato que já iniciou é zero. Isso porque com a perda de muitos sócios, os elencos já formados não terão como se manter. Então, nesse caso, precisará de uma nova concepção de campeonato onde as equipes poderão se refazer”, conclui.
Região também se mobiliza com decretos
Após um longo período de pausa por conta da pandemia, os esportistas amadores de São José do Sul também já podem retomar suas práticas. A liberação ocorreu a partir do decreto 941/2020, que regulamenta a prática de esportes coletivos e o funcionamento de academias de ginástica, aulas de natação e personal trainers. O documento, que segue a autorização de nível estadual, foi assinado pelo prefeito Silvio Inácio de Souza Kremer na quarta-feira, dia 16, e está em vigor desde então.
O decreto determina que, em São José, os estabelecimentos do setor observem o limite de 50% de suas capacidades operacionais para manutenção do distanciamento mínimo de dois metros entre usuários e funcionários. Dentre as determinações também está a disponibilização de álcool gel, o uso de máscaras nas academias, o controle de temperatura dos frequentadores e intervalos de quinze minutos nas academias e de trinta minutos nos centros de esportes para a higienização dos ambientes. O uso dos vestiários está proibido e, como em Montenegro, não pode haver público nos jogos.
Em molde parecido, o prefeito de Brochier decretou a autorização nesta quinta-feira, dia 17. A principal diferença nas regras é que o uso de vestiários, chuveiros e afins é autorizado, desde que controlado para evitar aglomerações.
Em Maratá, o Centro de Orientação Emergencial (COE) informou que vai realizar uma reunião na próxima quinta-feira para definir esta questão. Pareci Novo não respondeu ao questionamento da reportagem, mas deve emitir decreto próprio nos próximos dias.