Com atrações variadas, Expointer encerra sua 40ª edição neste domingo

Exposição de animais, feira de produtos coloniais e artesanato atraem o público para o Parque de Exposições Assis Brasil

A 40ª edição da Expointer (Exposição Internacional de Animais) termina neste domingo, dia 3, e a previsão é de que ela alcance números melhores que o evento realizado em 2016. Conforme prévia divulgada pela Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), em cinco dias a 19ª Feira da Agricultura Familiar atingiu R$ 1,2 milhão em vendas — número 36,85% maior para o mesmo período do ano passado.

A estimativa divulgada pela SDR é confirmada pelos empreendedores que expõem no Pavilhão da Agricultura Familiar. Segundo Aline Gauer, representante da Herbon Embutidos, de São José do Sul, a procura por seus produtos é grande. “Esse ano estamos vendendo bem mais que nos outros”, garantiu. Para ela, isso ocorre porque o produto já é conhecido e de confiança. Aline destacou ainda que o tempo firme – algo raro para a época na qual a Expointer acontece – também tem ajudado nas vendas. “Segunda-feira foi fraco, depois passou a melhorar. Para o final de semana esperamos ainda mais público”, ressaltou.

No estande da agroindústria, que fica em São José do Sul, os itens mais procurados são os torresmos e as linguiças defumadas. Inclusive, todos os dias são trazidos produtos frescos para a feira. Para Aline, não apenas as vendas realizadas são importantes, mas também a troca de contatos com distribuidoras, que podem ampliar os negócios da Herbon.

Dentre os 201 empreendimentos da 19ª Feira da Agricultura Familiar, quem também aproveita a oportunidade para ampliar seus horizontes são seis agroindústrias de Minas Gerais. Representante da Cachaça Sapézinha, da cidade de Cláudio, Patrícia Fernandes Silva diz que a ideia não é apenas vender para o consumidor final, mas também fazer propaganda dos produtos para abrir o mercado no Rio Grande do Sul.

Convidada pela primeira vez a participar da Expointer, Patrícia comentou que os empreendedores de Minas Gerais estavam apreciando a oportunidade. “O pessoal está querendo conhecer as coisas de Minas e tem coisas que a gente viu que dá para levar pra lá. Dá para tirar boas experiências daqui”, garantiu. Sobre os negócios, a empreendedora disse que o público gaúcho estranhou no começo o seu produto por se tratar de uma aguardente mais forte que a consumida aqui. “Mas com o friozinho melhorou a venda”, observou. Ela comentou ainda que desde terça-feira o número de visitantes só subiu.
Além da exposição de produtos de agroindústrias, os visitantes também podem conferir feira de artesanato, estandes com produtos do exterior e participar de atividades, como palestras e aulas de culinária.

Animais são a grande atração do evento
Com seus 1.450 quilos, o touro da raça Limousin da Fazenda Boa Esperança, de Cachoeira do Sul, é o animal mais pesado de toda a Expointer. Campeão reservado da raça, ele tem cinco anos e é uma das grandes atrações da feira. Sua enormidade chama a atenção de todos que passam pelo pavilhão do gado bovino. Mas ele é apenas uma dos muitos animais destaque da 40ª edição da feira. Neste ano, foram inscritos para a exposição 3.207 animais de argola, e 1.437 rústicos.

Nos diversos pavilhões, o visitante encontra desde grandes animais, como os cavalos de raças como Crioula, Árabe e Puro Sangue Inglês e bubalinos, até os pequenos e simpáticos pôneis, coelhos e ovinos. E é entre as ovelhas que aparece um motivo de orgulho para o Vale do Caí: a Cabanha Vier, de Salvador do Sul, é tricampeã da Expointer, na raça Texel.

Proprietário da cabanha, Leonardo Vier contou que a fêmea campeã tem apenas 11 anos e é criada na sua propriedade, mas foi comprada ainda nova por um empreendedor do Paraná. “Eu vim como criador e ele como expositor”, explicou. Segundo Leonardo, o avô do animal campeão é importado da Inglaterra. “A genética é um investimento. É ela que faz um animal campeão”, garantiu.

De acordo com Leonardo, durante o período que os animais ficam no parque sua alimentação é a mesma, sendo o principal cuidado com a aparência deles. “Aqui é como um instituto de beleza”, brincou. O criador salientou ainda que como o espaço no qual os bichos ficam é limitado, é costume tirá-los para dar uma breve caminhada. Leonardo citou que a Expointer também é uma boa oportunidade para negócios e troca de experiências com produtores de todo o Estado e também de fora dele.

Espaço da Emater chama a atenção dos visitantes
Localizado ao lado do Pavilhão da Agricultura Familiar, o espaço da Emater/RS-Ascar atrai os visitantes com a possibilidade de se aproximarem da realidade do campo e aprenderem um pouco mais sobre diversos temas. Ali, o que mais chama atenção do público é o “Caminhos do Mel”, área projetada para divulgar os cursos de meliponicultura e apicultura do Centro de Treinamento de Agricultores de Montenegro (Cetam).

Instrutor do curso de meliponicultura, o extensionista rural e engenheiro agrônomo Johannes Humbertus Falcade explicou que estão expostas 12 espécies de abelhas sem ferrão e que o espaço tem como objetivo trazer informações sobre o manejo deste tipo diferente de abelha. “Elas podem ser criadas no jardim de casa. Não há risco”, garantiu. No “Caminhos do Mel”, o visitante conhece as características das diferentes espécies de abelhas sem ferrão e também como é possível capturá-las na natureza através do uso de isca.

Em sua área, a Emater também mostrou outros serviços que presta além da qualificação do produtor e o auxílio na propriedade: a classificação de qualidade dos alimentos que entra no Brasil pelo Rio Grande do Sul. De acordo com o classificador Eduardo Juliano Fernandes, a Emater possui 40 laboratórios que são utilizados para fazer a análise do que entra no Estado. “Garantimos a qualidade do produto e também para que ele entre conforme sua guia de importação para evitar concorrência desleal”, explicou. Além de fazer esse tipo de avaliação, a entidade está com um programa próprio de qualidade com a criação de um selo de certificação que já vale para erva-mate e, em breve, deve ser expandido para outros produtos.

Escolas do campo de Montenegro estão representadas
Além do trabalho sobre o manejo biodinâmico das alunas Júlia Schu e Juliana Pereira Nunes da Escola Estadual de Ensino Médio São José do Maratá, de São José do Sul, a educação da região esteve presente na Expointer através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) de Montenegro. Trabalhos de educandários do município estão expostos no espaço destinado para experiências da educação no campo.

De acordo com a coordenadora das escolas do campo de Montenegro, Márcia Farias, na Expointer são apresentados os diversos trabalhos realizados pelas instituições da zona rural. Na opinião dela, esses educandários são referências para a comunidade e de suma importância. “As escolas ajudam a valorizar a comunidade e a manter o jovem no campo”, destacou.

Entre os projetos apresentados em Esteio está o de uma estação ambiental que está sendo criada pela Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro João Müller, em Costa da Serra.

Segundo a diretora Andréia Machado da Silva, este projeto vem de anos e o seu objetivo é transformar os quatro hectares nos fundos do colégio numa trilha, passando por arroio e morro. “Isso abrirá um leque infinito de possibilidades de estudos”, apostou. Ela salientou ainda que a ideia é abrir a trilha para a comunidade quando estiver em funcionamento.

Supersafra anima mercado de máquinas e implementos agrícolas
No ano passado, a venda de máquinas e implementos agrícolas na Expointer atingiu quase R$ 2 bilhões. Neste ano, a expectativa é bater esse número. Segundo o gerente divisional de vendas da John Deere, Tangleder Lambrecht, a safra recorde e a alta no mercado elevam o ânimo e a confiança do agricultor. “Não consigo precisar o volume, mas as vendas estão melhores”, garantiu. O gerente de vendas salientou que a Expointer é realizada num período que marca o divisor entre as safras de um ano para o outro, que é quando o produtor já começa a se organizar para o próximo plantio e colheita.
Na Expointer, a companhia estadunidense expõe as máquinas produzidas em Montenegro e Horizontina. Neste ano, a marca fechou uma década de produção no Vale do Caí. “A fábrica completou 10 anos com 100 mil tratores produzidos. Hoje nós temos desde o trator fruteiro até o 8R, que é o trator com maior tecnologia da John Deere e que é produzido em apenas duas plantas: uma nos Estados Unidos e a outra em Montenegro”, afirmou.

Quem também tem ligação direta com o Vale do Caí e está presente na feira com seu maquinário é a sul-coreana LS Tractor, que teve sua primeira unidade no Estado em Montenegro. A empresa tem como destaque na feira um modelo com motor de 60 cavalos de força e cabine pressurizada, o que possibilita o seu uso para pulverização.

O gerente de marketing da fabricante, Astor kilpp, ressaltou algumas das características do equipamento: “O modelo serve, por exemplo, para pomares de citros, maçãs e uvas”. (Colaborou Eduardo Silva)

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