Danos na rede elétrica causaram quase 24 horas de desabastecimento de água
Duas chuvaradas sobre Montenegro em 72 horas causaram danos e transtornos. Na tarde da segunda-feira, dia 23, foi registrada ocorrência de granizo, todavia mais severa na Grande Timbáuva, em especial entre os bairros Santa Rita e São Paulo. No Estação, a Defesa Civil atendeu oito ocorrências de destelhamento em residências.
O mesmo prejuízo havia sido registrado no temporal de sábado, 21, além de alagamentos em residências e ruas, e queda de árvores. O maior transtorno foi o falta de água por quase 24 horas. Isso ocorreu por causa de um curto-circuito interno na subestação de energia da Estação de Tratamento de Água II (ETA II) da Corsan, localizada na ERS-124 próximo da rótula da AmBev. Por isso, a estatal não conseguia captar e tratar a água.
A energia no local foi restabelecida no final da manhã de domingo, 22, com o abastecimento de água ainda demorando para ser normalizado. O coordenador operacional da Corsan no Vale do Caí, engenheiro Ângelo Marcelo Faro, explicou que, após reiniciado o tratamento de água, haveria demora de 3 a 4 horas para começar o reabastecimento. Além disso, eram necessários, ao menos, dois dias para normalizar 100% o abastecimento.
“Com este calor e o grande consumo, a recuperação é lenta. Desde sábado deixamos de tratar cerca de 12 milhões de litros de água, e agora começamos a tratar em torno de 500 mil litros por hora”, comentou, no domingo. No entanto, os problemas no abastecimento ainda foram sentidos na tarde de ontem.
Um corte ocorreu no período da tarde, como consequência da demanda de início de semana. Isso prejudicou especialmente as regiões mais altas da cidade, como os bairros Panorama, Santo Antônio, Rui Barbosa; além de Faxinal, Centenário, São Paulo, Santa Rita, Estação, Senai, Vila Esperança, Bom Jesus e Cinco de Maio. Segundo a direção da Corsan, o corte ocorreu devido ao longo período em que a ETA II ficou sem energia elétrica. Com mais de 12 horas de paralisação, foi lenta a recuperação total dos níveis dos reservatórios que ficaram secos, inclusive diante do alto consumo em um final de semana com temperaturas na casa dos 34 graus.
Destelhamentos de casas e queda de árvores
De acordo com a Defesa Civil de Montenegro, chegou até o órgão o registro oficial de duas casas destelhadas por conta da chuvarada. Umas delas localizada no bairro São João e outra na localidade de Porto dos Pereira. Houve, ainda, diversos registros de queda de árvores e alagamento de ruas. “O rescaldo do temporal foi pior por quedas de postes das empresas de telefonia e os bueiros, bem como as galerias de arroios, que transbordaram causando danos em vias públicas”, destacou o coordenador da Defesa Civil de Montenegro, Carlos Ferrão.
Além disso, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Montenegro, uma árvore atingiu um ônibus na ERS-240, próximo das pontes sobre o Rio Caí. Ninguém ficou ferido e a ocorrência foi atendida pela corporação de Portão. Isso porque os bombeiros de Montenegro atendiam um incêndio em vegetação na localidade de Fortaleza no momento do chamado.
Os bombeiros de Montenegro registraram, ainda, a queda de uma árvore sobre um carro na rua Frederico Mussig, no bairro Panorama. Neste caso também não houve feridos. Na rua Uruguai, no bairro Imigração, uma árvore caiu e interrompeu o trânsito no local.
Entre os locais atingidos pelo temporal também está a sede da Associação Comunitária do Cemitério do Faxinal e alguns túmulos do campo santo. O telhado da secretaria da entidade foi completamente arrancado pelo vento e jogado em um pomar vizinho. A zeladora e tesoureira da entidade, Lisete Chassot, também contabilizou 15 túmulos danificados na parte luterana do cemitério e outros dois na parte católica. Ela pede que pessoas que tenham parentes enterrados lá compareçam no local para verificar o estado dos túmulos de seus finados familiares.
Em casos de emergências
A Defesa Civil pode ser acionada pelo telefone 153, mesmo contato da Guarda Municipal. O telefone de emergência do Corpo de Bombeiros Militar é o 193.