OLHOS por todos os lados. Em Pareci, ninguém entra ou sai sem ser filmado por câmeras de segurança
A Polícia Civil de Montenegro, através da Delegacia Regional, concluiu uma investigação de furto/arrombamento registrado na madrugada do dia 3 de agosto deste ano, no município de Pareci Novo. O êxito da apuração dos fatos se deu graças ao sistema de cercamento eletrônico, existente em todos os acessos a Pareci, e também ao circuito de monitoramento instalado em pontos de Montenegro. O caso mostra a importância do vídeomonitoramento para a segurança da região.
Na madruga de 3 de agosto, um indivíduo de 26 anos, amparado pelo suporte prestado por um taxista, saiu de Montenegro e foi até a cidade vizinha onde cometeu o crime. Ele usou um martelo para quebrar a vidraça de um supermercado, localizado às margens da RS-124, e acessar uma agência lotérica lá instalada. O homem levou um valor não informado.
Enquanto isso, o taxista aguardava o meliante em um ponto afastado do local do crime. As imagens das câmeras, espelhadas para a Central de Monitoramento do 5º Batalhão da Polícia Militar de Montenegro (5ºBPM), mostram a movimentação do carro em seu deslocamento do Pareci Novo até Montenegro.
Quatro dias após o fato, o mesmo elemento cometeu novo crime em um estabelecimento comercial, no bairro Timbaúva, em Montenegro. Dessa vez, ele foi pego em flagrante pela Brigada Militar e encaminhado para a Delegacia de Pronto de Polícia de Atendimento (DPPA), onde foi registrado o delito e o mesmo seguiu para o sistema prisional. Graças às imagens das câmeras ele foi associado ao fato ocorrido em Pareci Novo.
O taxista envolvido no caso inicialmente negou qualquer relação com o crime. Mas ao ser informado pela Polícia de que havia imagens dele junto com o autor do furto, o homem acabou confessando que levou o suspeito até Pareci. “Esse inquérito de Pareci foi muito claro. Um dos partícipes, no primeiro momento, negou, mas quando mostramos as imagens ele teve que voltar atrás porque não tinha escapatória”, sublinha o delegado Marcelo Farias Pereira.
Durante entrevista concedida à Rádio América, que foi acompanhada pela reportagem do Jornal Ibiá, o delegado Marcelo, juntamente com o prefeito de Pareci Novo e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Caí (Amvarc), Oregino José Francisco falou sobre a importância do cercamento eletrônico das cidades. “É importante porque inibe. As pessoas sabem que estão sendo filmadas. Pra nós da Polícia, além desse efeito inibidor, temos a questão do meio de prova”, sublinha Marcelo.
A Delegacia Regional também dá assessoria às cidades para que tenham condições para implementar novas tecnologias. O delegado Marcelo destaca o interesse dos prefeitos pelo tema. Como previsto no artigo 144 da Constituição Federal, a Segurança Pública é dever do Estado e responsabilidade de todos.
“A cidade está em uma ilha de paz onde os crimes foram praticamente zerados”, diz Oregino
Pareci Novo é considerado, pelo líder do Executivo local, um exemplo de cidade onde o vídeomonitoramento tem dado certo. Atualmente são 12 câmeras instaladas e, em breve, esse número deve ser ampliado. O prefeito Oregino José Francisco garante que o investimento é compensatório, pois dá mais condições de segurança para seus munícipes.
Conforme o gestor, desde que o sistema foi implementado, caíram em torno de 80% os furtos de plantas que eram colocadas em locais públicos para embelezar a cidade. Além disso, a incidência de outros delitos também teve queda. “Não há furto de veículos, não temos mais carros estranhos circulando pela cidade nem grupos de pessoas fazendo uso de drogas, em determinados pontos da cidade, isso zerou. Furtos, os últimos que ocorreram foram todos desvendados e os delinquentes foram presos”, acrescenta Oregino. “A cidade está em uma ilha de paz onde os acontecimentos de crimes foram praticamente zerados”, diz.
Para ele, os resultados são fruto do sistema de vídeomonitoramento e também da dedicação da Brigada Militar e da Polícia Civil. “Esse sistema integrado entre as representações públicas é que faz a diferença e está dando segurança para a nossa população”, assinala.
O presidente da Amvarc diz que Pareci investiu em equipamentos de ponta com valor justo e que outros municípios podem seguir essa “receita”. “Eu tenho a esperança que dentro de no máximo dois anos, praticamente todos os municípios tenham o sistema implementado. À medida que mais municípios vão implantando, naqueles que não têm, a população passa a cobrar. É viável e nós estamos abertos a passar as informações sobre como fazer isso, com uso da melhor tecnologia e com baixo custo”, crê.
Para o prefeito, quanto mais cidades aderirem ao cercamento eletrônico, mais fácil se tornará chegar aos autores de delitos, como visto no caso envolvendo Pareci Novo e Montenegro. São Sebastião do Caí tem o sistema implementado, Harmonia, recentemente, também foi contemplada com duas câmeras pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, o monitoramento dessas será realizado pelo 27º BPM do Caí. Além dessas cidades, outras como Bom Princípio, São Pedro da Serra, Salvador do Sul, Brochier, Maratá, já manifestaram interesse em compor o cercamento eletrônico regional. E Montenegro quer realizar a ampliação do sistema já existente, afirma o presidente da Amvarc.
Vandalismo gera prejuízos para empresa e ao Município
Dois fatos ocorridos durante o final de semana chamaram a atenção em Montenegro. O primeiro deles foi um acidente de trânsito, na madrugada de sábado, 28, que resultou na depredação a recente obra de revitalização, realizada na esquina da rua Ramiro Barcelos com Osvaldo Aranha, no Centro. O segundo fato foi o arrombamento a uma loja, especializada em artigos para chimarrão, próximo à Praça Leonel de Moura Brizola, popularmente chamada de Pracinha dos Ferroviários, na madrugada dessa segunda-feira, 30. Ambos os casos mostram a importância do monitoramento de imagens.
A Prefeitura, através do departamento de Transporte e Trânsito, informa que o responsável pelo estrago no patrimônio público foi identificado. Mas nesse caso, não houve a colaboração de imagens de câmeras, pois naquele ponto não há equipamentos instalados. O motorista foi descoberto pela própria Brigada Militar. Segundo o registro da ocorrência, os policiais foram informados, por populares, sobre as características do automóvel e acabaram encontrando o condutor, que confessou ter dirigido embriagado.
No caso do furto/arrombamento da loja, os proprietários acreditam que dois ou mais elementos cometeram o delito, que resultou em um prejuízo estimado em R$10 mil. Foram levados mateiras, cerca de 50 cuias, bolsas, bombas, enfeites e demais itens que conseguiram carregar. Um tijolo foi a ferramenta usada para quebrar o vidro da janela por onde entrou o ladrão. “O pessoal da Inteligência da Polícia quer ver se consegue as imagens das câmeras do Mombach, porque tinha térmica e outros itens caídos na praça, eles fizeram esse trajeto”, conta a empresária Tatiane Machado.
Agora os proprietários irão investir em grades para a janela e câmera de monitoramento interno. O episódio reforça a demanda dos comerciantes e moradores do entorno da praça, que pedem a implementação de câmeras como forma de inibir ações que afetam de forma negativa quem por ali mora ou trabalha. “É a pior sensação possível. Isso foi final da madrugada, foi um ou dois que ficaram por aqui pra fazer isso, não tinha mais movimento na praça”, diz Daniel Alves, marido de Tatiane, com base na versão dos visinhos.
A Administração pública também promete medidas. Conforme a diretoria de Informática, já há definição do ponto onde, até o final deste ano, deve ser instalada uma câmera.
Segundo o setor, o equipamento ficará junto ao painel eletrônico localizado no canteiro da rua Buarque de Macedo.