Paulo Ricardo Leindecker, de 64 anos, foi homenageado da forma que mais marcou seu estilo de vida nos últimos anos: sob duas rodas. Cerca de 70 motociclistas se reuniram na manhã do último sábado, dia 7, para se despedir do amigo e colega de motociclismo. Paulinho, como era conhecido, faleceu na noite de quinta-feira, 5, na BR-386, em Nova Santa Rita.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Paulinho perdeu a vida após atropelar um pedestre no km 436 da rodovia. Ele pilotava uma Honda NXR160, com placa de Montenegro, no sentido Capital/ interior, quando voltava do trabalho. O pedestre, um homem de 52 anos, atravessou a pista em local de pouca iluminação; sendo socorrido e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas.
Segundo amigos de Paulinho, ele trabalhava em uma empresa de transportes, em Porto Alegre, e passava quase diariamente pelo local onde acabou falecendo. “Ele era um cara tranqüilo, não era de correr. É a legítima fatalidade”, diz Gilmar Mello, presidente do grupo de motociclistas Águias do Litoral subsede no vale do Caí, do qual Paulinho era integrante e segundo secretário.
Para Gilmar, Paulinho era uma pessoa que cultivava muitas amizades, nos mais variados meios onde passava. “Era uma pessoa do bem, muito festivo. Acredito que tenha partido cedo porque os bons partem cedo”, avalia o amigo. O reflexo dessas amizades foi visto através da presença dos companheiros de aventuras que participaram do cortejo de despedida.
Paulo tinha duas motocicletas, uma Hornet 600 e a NXR 160, a qual pilotava na hora do acidente. Há cerca de três anos ele entrou para o grupo de motociclista. A partir daí, a paixão pelo veículo de duas rodas só aumentou. “O sonho dele era aproveitar mais a motocicleta e viajar por ai”, completa Gilmar.
Nelson Oliveira, de 58 anos, integrante do MC Fantasmas, conheceu Paulinho há cerca de 30 anos. Ambos chegaram a trabalhar juntos e também eram de vizinhos, mas só tornaram-se grandes amigos quando descobriram que tinham o mesmo sentimento pelo motociclismo. “Apesar de sermos vizinhos, nos reencontramos na Tenda do Umbu em Picada Café. Foi uma amizade muito boa e sincera”, conta Nelson. (CA)