Governo do Estado está em processo de análise e estudos para possível habilitação do serviço
A semana já iniciou com um assunto de grande interesse regional em pauta na Câmara de Vereadores de Montenegro. O vereador Sérgio Souza propôs uma audiência pública para tratar da implantação de um Centro de Oncologia junto ao Hospital Montenegro e o atual presidente da comissão de saúde e meio ambiente, deputado estadual Neri, o Carteiro, ouviu a solicitação. Autoridades de diversos municípios da região estiveram presentes, como Capela, Tupandi, São Sebastião do Caí e Pareci Novo. Além do proponente da audiência, Sérgio, representando o Legislativo de Montenegro, o prefeito municipal Gustavo Zanatta esteve na oportunidade.
Sérgio iniciou seu discurso afirmando que, desta vez, nada tendo escrito para ler, faria um pedido do coração. O apelo foi para que todas as autoridades presentes unissem força para fazer do sonho de trazer a oncologia para o HM realidade. “Se o Hospital Montenegro e o Município querem e o governo pode, clamo às autoridades que nos escutem”, enfatizou. “A gente não quer tirar a referência de São Leopoldo, queremos abrir uma janela em Montenegro para dar um respiro a mais para estas pessoas que já estão passando por um momento muito delicado”, explica. Ele ainda aproveitou a oportunidade para afirmar que com recursos do governo federal é possível fazer muito e amenizar a dor que estes pacientes sentem.
Opinião unânime entre os presentes, a grande preocupação é o tempo e deslocamento até São Leopoldo, por exemplo. Neri relembra que em um momento já muito difícil da descoberta do câncer, os pacientes ainda precisam passar por todo o trabalho de logística, sejam de Montenegro ou até mesmo de cidades mais longes ainda do local de referência na região metropolitana.
Zanatta, por sua vez, enfatiza que a Prefeitura é parceira de todos os órgãos para que a ideia saia do papel. “Eu acredito que quando unimos forças para agregar, conseguimos resultados mais rápidos e eficientes. A questão da saúde é indiscutível”, destaca. Ele opina que, se for possível que as 14 prefeituras dos municípios atendidos pelo HM conseguiram se unir ao Hospital e governo do Estado, será um “golaço”, com grande possibilidade de trazer a oncologia para Montenegro. Todos os representantes dos municípios presentes se colocaram a disposição para união de forças entre as partes envolvidas.
Representando o hospital, o diretor técnico, médico Jean Ernandorena, destaca que a luta é de todos, e que o primeiro passo já foi dado: a união. “É um dia pesado, mas feliz. Estamos [o HM] sendo acolhidos, quem sabe como nunca antes. Ver as autoridades falando as palavras parceria e união e sobre o potencial do HM deixa a direção do hospital muito feliz”, ressalta. Segundo ele, o hospital pleiteia o Centro de Oncologia desde 2003. “Isso porque conhecemos a realidade e sabemos dos gargalos da região. Nós já somos especialistas em oncologia, mas está faltando um espaço, uma lacuna que a gente precisa da ajuda de todos para poder preencher para poder fazer tudo que cerca essa grande especialidade”, pontua.
O que diz o Estado?
Anne Beatriz Natal, coordenadora da 1º Coordenadoria Regional da Saúde, esteve presente também representando a secretária de Saúde do RS, Arita Bergmann. Ela relembra que há um pedido em aberto e processo em trâmite sobre o Centro de Oncologia para o HM e que a primeira vistoria, ocorrida em agosto de 2022, foi estrutural e teve parecer favorável. Segundo ela, o governo do Estado sempre busca alternativas para garantir o acesso à população. Ela ainda afirma que o governo do RS reconhece as dificuldades enfrentadas na área da Saúde na região, mas é preciso de muito estudo.
“Todo e qualquer serviço de habilitação de alta complexidade é amplamente estudado, porque depende muito do tipo de serviço, de qual população vai atender e como se porta dentro da região. Este é um estudo muito amplo e sempre muito bem feito tecnicamente. O primeiro passo, que é a vistoria, já foi dado, e com parecer favorável. Temos um grande problema com a habilitação de novos serviços pela questão do financiamento. O recurso é finito, as demandas são imensas e a gente tenta de alguma forma suprir estas necessidades”, detalha.
A regionalização também foi abordada. Ela tem o objetivo de tirar alguns serviços da grande Porto Alegre e colocá-los mais próximo das pessoas em outras regiões. Segundo Anne, isto já vem sendo trabalhado, mesmo que nem sempre seja de possível realização. Segundo a coordenadora, agora, se espera retorno do governo federal sobre questões técnicas para seguir análises no governo do RS.