MUNICÍPIOS se organizam com ações no sábado para imunizar a população
Orientado pela secretaria estadual da Saúde (SES), o censo vacinal de febre amarelo deve ser concluído pelos Municípios de todo o Estado até o final deste mês. A medida foi adotada frente à situação da febre amarela no Brasil, que passa pelo maior surto da doença na história. Em Santa Catarina dois óbitos, nos municípios de Joinville e Itaiópolis, já foram registrados em decorrência da doença. O segundo caso ocorreu no final de junho. No resto do Brasil, foram outras 13 mortes e 80 casos.
Desde 2017, o estado de São Paulo passou a apresentar casos. Na sequência, o vírus se propagou para o Paraná e, por último, Santa Catarina, sempre pela área rural. Conforme a SES, estudos epidemiológicos e ambientais apontam que em setembro o vírus chegará ao Rio Grande do Sul, onde não são identificados casos transmitidos dentro do Estado desde 2009. Assim, o censo busca assegurar que a população mais exposta esteja protegida antes da presença da febre amarela.
O trabalho prevê a visitação casa a casa nesses locais para o levantamento da situação vacinal dessa população e imunização das que ainda não tomaram a dose. No Rio Grande do Sul, cerca de 1,6 milhão de pessoas vivem em áreas rurais, que são os locais mais propensos para a reintrodução do vírus depois de mais de uma década. Há uma estimativa de que 33% dos gaúchos ainda não tenha feito a vacina, que é orientada para pessoas acima dos 9 meses e menores de 60 anos.
Em Montenegro, de acordo com a responsável pelo setor de Imunizações do Município, enfermeira Nicole Ternes, o censo sobre cobertura vacinal da febre amarela na área rural já foi realizado, em parceria com os agentes comunitários de saúde, sendo ofertada a vacinação nas localidades do interior. “Na primeira quinzena de julho, foram visitadas 949 residências, avaliadas a situação de 1.535 pessoas e agendada a vacinação abrangendo cerca de 25 localidades”, enumera a enfremeira.
A secretária municipal da Saúde de Montenegro, Cristina Reinheimer, ressalta que as visitas domiciliares, neste caso, foram de extrema importância, pois dessa forma as pessoas não precisaram se deslocar até uma unidade de saúde, evitando a evasão. As pessoas que por algum motivo não foram vacinadas durante essa ação, possuem quatro locais onde podem fazer a aplicação da vacina (confira na tabela).
Em São José do Sul, a população que precisa fazer a vacina deve procurar o Centro de Saúde, em Dom Diogo, nas sextas-feiras, das 8h às 19h30min.
Locais de vacinação em Montenegro
SMS (Timbaúva): segundas-feiras e sextas-feiras, das 10h às 16h;
ESF1 (Germano Henke): terças-feiras, das 9h às 11h30min e das 13h às 15h;
UBS Centro: quartas-feiras, das 10h às 16h;
ESF3 (Industrial): quintas-feiras, das 10h ao meio-dia e das 13h30min às 16h.
Maratá e Brochier terão ações de vacinação aos sábados
Para melhor atender os marataenses que precisam se vacinar e que não conseguem comparecer ao Centro de Saúde nas quartas-feiras, a secretaria municipal da Saúde promoverá um “Dia D” de vacinação no dia 17, um sábado. Nesta data, o Centro de Saúde ficará aberto das 8h às 17h para a imunização contra febre amarela. Agentes de saúde do estão distribuindo material informativo sobre a ação.
A responsável pelas vacinações em Maratá, enfermeira Ilária Cristiane Dipp, explica que a orientação aos maratenses é de que um representante da família vá até o Centro de Saúde com a carteira de vacinação de cada integrante do núcleo familiar para verificar a situação de todas as pessoas da casa. Caso seja necessário que alguma dela receba a vacina, a indicação é que compareça na manhã ou início da tarde de quartas-feiras. O horário é específico porque cada frasco da vacina tem cinco doses e após aberto dura seis horas. Outra opção é se vacinar no “Dia D”, dia 17.
Em Brochier, o sábado escolhido para a ação especial foi o do dia 24. Nesta data, o posto de saúde do Centro funcionará das 8h ao meio-dia e das 13h às 17h para imunização contra a febre amarela. Além disso, a vacina também está sendo aplicada nas quartas-feiras, das 8h às 17h, no posto de saúde do Centro.
Pareci Novo terá mutirão
No dia 24, penúltimo sábado do mês, a secretaria municipal da Saúde e Assistência Social de Pareci Novo irá promover a Feira Municipal de Saúde, das 9h às 16h, no Ginásio Municipal Armin Adolfo Heldt. Entre as diversas atividades previstas, está um mutirão de vacinação contra a febre amarela. Além disso, quem precisar fazer a vacina pode procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Centro nas quintas-feiras, das 13h às 16h30min.
A feira contará ainda com coleta de exame preventivo pré-câncer, realização de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C, aferição de pressão arterial e presença do Hemocentro para cadastro e orientação de doadores. O Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama) também estará presente. Haverá, ainda, oportunidade para inscrição em grupos do Cras, como Vida Saudável, Maturidade Ativa, Grupo Despertar e grupo de artesanato.
A Feira Municipal de Saúde contará também com rodas de terapia comunitária integrativa e práticas integrativas complementares, como reiki, florais, auriculoterapia e massoterapia. Outra atração será a tenda da autoestima, onde serão ofertados maquiagem, serviço de manicure, corte de cabelo e tratamento de beleza. “Esse ano a feira vem com uma temática mais ampla do conceito de saúde com ênfase na qualidade social, lazer e bem estar, com foco na qualidade psicológica e nas práticas integrativas e complementares. Haverá também espaço Kids, com diversos brinquedos”, diz a secretária Gislaine Ribeiro.
Saiba mais
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido, no meio rural e silvestre, pelo mosquito Haemagogus. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A doença é preocupante por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Os sintomas iniciais incluem: início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas ou no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver complicações, como febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Na natureza, as principais vítimas são os macacos. Os primatas não são responsáveis pela transmissão. Esses animais são sentinelas, já que servem como indicador da presença do vírus em determinada região. A transmissão não ocorre de animal para humano. Caso a população encontre macacos mortos ou doentes, deve informar o mais rapidamente ao serviço de saúde do município ou do Estado. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) dispõe do telefone 150 para informações, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 22h, e aos sábados, domingos e feriados das 8h às 20h.