O cenário era caótico em Montenegro nesta segunda-feira, após o temporal que assolou a cidade por volta das 18h do domingo. Era possível presenciar, por todos os cantos, a situação de calamidade. E os que transitavam pelos locais destruídos, dividiam opinião entre tornado, furacão e temporal.
As filas nas portas de madeireiras e lojas de materiais de construção davam uma dimensão do estrago. Na Ramiro Barcelos, durante a manhã, o trânsito foi interrompido entre a esquina com a Osvaldo Aranha e a esquina com Olavo Bilac –que também foi parcialmente interditada- para reparos. Caminhões da RGE faziam consertos dos fios caídos, enquanto os comerciantes que optaram por abrir as portas de seus estabelecimentos preocupavam-se com mercadorias e fachadas completamente destruídas pela ação do vento.
Morador de Costa da Serra, Adão Silveira de Avila, 63 anos, afirma nunca ter presenciado nada parecido. Encostado em um banco na praça Rui Barbosa,ontem pela manhã, onde diversas árvores caíram, ele quase não acreditava no que via. “Para lá onde moro foi feio também. Mas aqui em Montenegro foi muito pior. Percebi isso quando cheguei de manhã cedo. E aqui, que é cheio de morro, desconfio que tenha sido um redemoinho ou tornado”, destaca.
Cristiana Kirch, sócia-proprietária de uma loja localizada na Ramiro, em um dos trechos mais problemáticos, afirma que sua loja não foi danificada. “Mas telhas dos comércios próximos foram arremessadas com a força do vento. Há muitas pessoas que nem puderam vir trabalhar hoje”, lamenta.
Momento de contabilizar prejuízos e reconstruir casas pelos bairros da cidade
O bairro Aeroclube foi, notadamente, um dos locais mais atingidos pelo temporal do domingo. Na segunda-feira, muitos moradores reparavam o que conseguiam de seus telhados, colocando lonas provisórias ou já trabalhando na reconstrução do que foi varrido pelo vento.
Na casa de Maria Fagundes quase todo o telhado foi arrancado pelo temporal. Com o forro de madeira, a água começou a jorrar sobre móveis, roupas e aparelhos eletrodomésticos. Sem ter o que fazer, ela e o marido correram para o banheiro e ali ficaram até o vento forte passar. O filho, Jaisson, não estava em casa no momento do ocorrido, mas foi logo em auxílio da família quando soube da situação da casa. Muito foi perdido.
No Industrial, também severamente atingido, o aposentado João Batista Souza saiu de casa minutos antes de o telhado cair inteiro sobre sua cama.
Na pequena casa de só um cômodo, os escombros se acumulam sobre os móveis, quase todos inutilizados pela chuva. No mesmo pátio, a casa da sobrinha Michele também foi atingida. Ela, o marido e os filhos não estavam no momento do temporal. Chegaram para encontrar o caos dentro da residência. O vento derrubou móveis e levou grande parte do telhado, molhando e avariando quase tudo o que tinha dentro do lar. Ambos contam com o auxílio da Defesa Civil com doação de lonas e auxílio para a reconstrução.
*Participaram dessa cobertura André Herzer, Daniele Angnes, Denis Machado, Jéssica Coitinho e Larissa Scherer Finger