Cercamento e câmeras podem aumentar a segurança
Quem visita os cemitérios de Montenegro e da região agora durante o período da celebração de finados constata que vários túmulos foram alvo de ações de vândalos. Em muitas sepulturas foram furtadas todas as letras de metal das lápides, onde constavam nomes, datas de nascimento e óbito, além de homenagens para as pessoas sepultadas. Também foram furtadas molduras de fotos e crucifixos. E isso já vem ocorrendo há bastante tempo, em praticamente todos os cemitérios da região. Os metais furtados são comprados por receptadores. Portanto, além do furto, também existe o crime de receptação, que acaba motivando o delito.
Nos três cemitérios (Católico, Evangélico e Municipal) localizados no bairro Cinco de Maio, em Montenegro, grande parte dos túmulos foi alvo dos ladrões. Conforme a chefe da Seção de Administração do Cemitério Municipal, Beatriz de Souza Teixeira, os furtos em sepulturas diminuíram. “Está mais tranqüilo. Já esteve pior”, diz.
Não são apenas os túmulos que são atacados pelos ladrões. Recentemente também foram furtadas ferramentas de trabalho, como marreta, pá, enxada e martelo, utilizados para a construção e manutenção de sepulturas. E até mesmo pedras, que eram para o alicerce da construção de um muro, foram levadas pelos larápios.
Como existem vários espaços abertos no entorno dos cemitérios, principalmente nos fundos, junto ao arroio, o local é considerado muito perigoso durante a noite. Além dos furtos e vandalismo, também ocorre consumo de drogas e prostituição.
“Praga generalizada”
Um leitor entrou em contato com o jornal Ibiá sugerindo a reportagem sobre os danos nos cemitérios. “Parece que é uma praga generalizada. Não só na cidade como no interior. Em Santos Reis nos dois cemitérios vários túmulos foram violados, com remoção de tudo que tenha aparência de cobre ou latão. Todas as sepulturas de meus parentes foram danificadas. É o tipo de delito fácil, principalmente na calada da noite e que se descoberto tem penas brandas na legislação”, lamentou.
Sobre o cemitério do bairro Cinco de Maio, o leitor diz que até o muro lindeiro a rua de acesso está derrubado. Nem o banheiro escapou da depredação”, afirma.
Muro e câmeras
Entre as medidas estudadas para aumentar a segurança nos cemitérios do bairro Cinco de Maio estão a implantação do videomonitoramento e o cercamento do local.
Segundo Beatriz, existe um projeto para a instalação de câmeras. Ela diz que os portões são fechados durante a noite, mas mesmo assim, algumas pessoas invadem. A Guarda Municipal costuma realizar patrulhas, assim como a Brigada Militar verifica, em caso de denúncias. Entretanto, como a área é muito grande, com milhares de sepulturas, fica difícil fiscalizar e garantir a segurança. Outra medida seria o cercamento ou construção de muros, nos fundos e parte lateral, buscando evitar – ou pelo menos dificultar – a invasão durante a parte da noite.
O comandante da Guarda Municipal, Airton dos Santos, diz que a corporação é responsável por abrir e fechar os portões do cemitério municipal. “Fizemos um trabalho de fiscalização”, informa, dizendo que acontecem algumas ocorrências de danos e furtos. “São poucos casos e muitos familiares nem registram”, declara. “O índice é baixo, mesmo sendo uma área ampla e aberta. Com o cercamento seria mais seguro”, afirma.
Ampliação
Outra dificuldade enfrentada é a falta de espaço no cemitério de Montenegro, que é o maior da região. De acordo com Beatriz de Souza Teixeira, não havia mais sepulturas disponíveis e nem local para construir. “Foram feitas duzentas novas, que estão prontas. E outras 200 estão sendo construídas pela Prefeitura”, informou. “O governo municipal está empenhado em fazer o melhor”, completa a administradora do cemitério municipal, ressaltando o apoio da Secretaria Municipal de Viação e Serviços Urbanos, através do secretário Neri de Mello Pena, o “Cabelo”.
As novas gavetas estão sendo construídas em uma antiga rua que cortava o Cemitério Municipal. E devido à necessidade emergencial, algumas já estão sendo ocupadas. O trabalho está sendo executado aproveitando a mão de obra prisional, de apenados do regime semiaberto do Instituto Penal.