Correios. Sistema de entregas adotado no fim do ano passado não funciona, garantem os profissionais da cidade
Os carteiros de Montenegro se uniram em um ato público nesta quarta-feira. Queriam dizer à comunidade que a culpa pelos atrasos nas correspondências não é dos profissionais. Eles fizeram uma concentração em frente à empresa e saíram em caminhada pela Ramiro Barcelos no horário de almoço. “Nós não queremos prejudicar ainda mais a população, por isso decidimos nos mobilizar no nosso horário de parada para almoçar”, aponta o delegado Sindical do Correios em Montenegro, Adelson Andrade.
É consenso entre os 22 servidores dos Correios que fazem a separação das cartas e ainda realizam as entregas de correspondências que, na última década, houve mudanças demográficas na cidade. “Aumentou a população, o nosso perímetro de entrega e tivemos redução de carteiros. Há gente que se aposenta, pede transferência e estamos sem concursos desde 2011”, destaca Andrade.
Outros funcionários dos Correios apontam que o sistema de Distribuição Domiciliar Alternada, implantado no município em novembro de 2016, não funciona. “Isso seria pra cidades com até 50 mil habitantes. Montenegro tem mais. Por esse sistema, se um dia fazemos as entregas em um bairro, no outro dia não passamos lá. Quando temos de retornar, há muitas cartas acumuladas para aquela região. Nós avisamos que não daria certo”, explica uma das funcionárias, que há 11 anos trabalha nos Correios e lamenta a perda da eficiência.
A gerência da unidade não comentou a mobilização, nem a adoção do novo modelo de entregas.
Dia de Mobilização contra a Reforma da Previdência
A quarta-feira também foi de mobilizações no Estado contra a Reforma da Previdência. Houve diversos atos públicos na capital e no interior contra a PEC 287. Em Montenegro, o Sindicato dos Bancários e os servidores da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) aderiram à campanha chamada pela Central Única dos Trabalhadores e alguns servidores participaram da caminhada dos Correios. A unidade parou nesta quarta-feira com cerca de 50% de adesão entre os 31 funcionários de Montenegro. “Estamos distribuindo panfletos contra esse modelo de Reforma Previdenciária”, apontou o delegado sindical da Corsan, Felipe Rangel.
Em um momento de conversa com os carteiros, o representante do Sindicato dos Bancários do Vale do Caí, Paulo Scott, defendeu os direitos à previdência, assegurados por lutas dos trabalhadores nos anos 30 e consolidados na Constituição de 1988. “ Há uma invenção sobre o déficit previdenciário e, para abrir essa caixa preta, temos que nos manter atentos”, aponta Scott, que busca sensibilizar diversas categorias de trabalhadores para a construção de um Fórum Permanente Suprassindical na região.
Quanto à busca de soluções para os atrasos na entrega de correspondências pelos Correios, para esta quinta-feira, está prevista uma audiência em Porto Alegre com o diretor da Regional dos Correios, vereadores e o delegado sindical da categoria.