Campo segue vivendo o martírio do abigeato e pede socorro

Prejuízos. Agora criadores estão recorrendo à Marinha e ao vice-governador

A mobilização das polícias Militar e Civil não tem sido o bastante para extirpar definitivamente o crime de abigeato e furto de gado na região. Assolados por novas ocorrências nos últimos dias, os criadores reunidos na Associação de Pecuaristas do Vale do Caí (Apevale) agora vão apelar para esferas de poder mais elevadas. Segundo o coordenador Carlos Barreto, o grupo já procurou a Marinha do Brasil e o vice-governador gaúcho, José Paulo Dornelles Cairoli.

À força federal responsável pelas águas, eles solicitaram que seja feito patrulhamento embarcado nas águas do Rio Caí, abordando e identificando os barcos suspeitos que são ouvidos à noite. Segundo Barreto, é assustador o número de caíques, barcos e lanchas observadas em horários nada convencionais. Nada disso é novidade, já que uma quadrilha desbaratada pela 1ª Delegacia de Montenegro de fato usava esse modal para escoar o gado abatido.

A demanda foi encaminhada junto a um dos oficiais da Capitania no Rio Grande do Sul, capitão de fragata João Gilberto Oliveira, mas a Apevale ainda aguarda retorno. Já ao vice-governador os pecuaristas irão exigir reforço no efetivo da Brigada Militar (BM). Dos soldados que estão se formando no dia 20 de julho, a entidade pede que ao menos 10 fiquem no Vale do Caí. Mas o ideal seria mais 20 novos agentes. “Se não tivesse a Brigada à noite já não teríamos mais nada”, ressaltou, ao reconhecer o trabalho do 5º BPM.

A corporação inclusive segue as patrulhas e a utilização do drone para monitorar as estradas vicinais. “A situação está insuportável”, desabafou Barreto, implorando uma solução. Uma de suas preocupações é com possíveis reações tempestuosas dos criadores que já não aguentam arcar com prejuízos. Todavia, uma reação armada pode acabar atingindo inocentes.

Casos recentes em Montenegro e Capela
Na última sexta-feira, uma propriedade em Potreiro Grande foi atacada e duas vagas da raça Angus abatidas. Elas estavam prenhas com embriões que o criador importou por R$ 3 mil, somando prejuízo de R$ 12 mil. A quadrilha não se intimidou nem com a presença de operários em uma empresa próxima do local.

Perto deste ponto, todavia do outro lado do Rio Caí, dentro do território de Capela de Santana, um motor estacionário foi furtado de uma fazenda de arroz. Lá, o prejuízo ultrapassou os R$ 20 mil. “A Associação está pedindo serenidade e calma aos produtores”, reiterou Barreto.

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