Abamf A e Pesqueiro farão a final da competição, que reuniu sete equipes
Depois de muitos anos, Montenegro voltou a ter um Campeonato Municipal de Bocha em 2023. Com sete equipes, a competição teve início no final de abril e conhecerá seu campeão no dia 18 deste mês. Na última sexta-feira, 4, Abamf A e Pesqueiro garantiram suas vagas na decisão. Para além dos resultados, a grande conquista do campeonato é justamente o resgate à tradição, com o retorno da modalidade ao calendário local.
Uma competição municipal era muito solicitada pelos praticantes do esporte. Mesmo sem disputas oficiais, os apaixonados pela bocha se reuniam frequentemente nas canchas do município para jogar. O apelo dos praticantes surtiu efeito, e nos primeiros meses deste ano a Diretoria de Desporto tratou de colocar em prática um certame municipal. Equipes da Abamf (duas), América, Ascom, Campo do Meio, Grêmio Gaúcho e Pesqueiro participaram desta edição de retomada.
Três times chegaram à última rodada classificatória empatados em pontos, e tornaram a jornada derradeira emocionante. Abamf A, Pesqueiro e Campo do Meio começaram a rodada da última sexta-feira com 22 pontos. Jogando em sua cancha, a Abamf A confirmou o favoritismo e venceu o América por 3 a 0. O Pesqueiro, que também atuou em sua cancha, superou a Abamf B nos três confrontos e também chegou a 25 pontos.
A missão mais complicada era do time de Campo do Meio, que jogou fora de casa, na cancha da Ascom, e precisava tirar “pontinhos” (saldo), além de secar os rivais, para ir à final. Porém, a equipe foi superada no individual e nas duplas, venceu somente no trio e, com a derrota de 2 a 1, se despediu da competição. Desta forma, Pesqueiro e Abamf A vão decidir o título do campeonato, nos dias 11 (em Pesqueiro) e 18 (na Abamf) deste mês.
Fundador da cancha da Abamf e um dos integrantes da equipe finalista, José Barbieri, de 79 anos, destaca que o time joga junto há bastante tempo e enaltece as amizades feitas ao longo da competição. “Treinamos faz anos. Inclusive jogamos campeonatos fora daqui. Jogamos a Copa Abamf em Cidreira. O Municipal em Montenegro só teve uma vez, depois parou. Mas nós continuamos treinando e jogando internamente. Temos bastante amizades, mais gente jogando bocha”, salienta.
Barbieri, que vem jogando o Municipal nas duplas, explica as funções do ponteador e do bochador na modalidade. “Na dupla, normalmente temos um ponteador e um bochador. O ponteador é o jogador que vai rolar a bocha para fazer o ponto, e o bochador é quem vai ‘tirar’ a bocha do adversário. Tem poucos jovens que praticam, acho que o campeonato pode trazer mais jovens para o esporte”, complementa.
Tradição fortalecida e a integração entre as equipes
Desde o final de abril, as noites de sexta-feira são marcadas por muitas disputas dentro das canchas, mas também por muita integração entre as equipes participantes do Municipal de Bocha. Durante os jogos, são servidas jantas na “casa” do time anfitrião. No caso da última sexta-feira, dia 4, Abamf, Ascom e Pesqueiro sediaram as confraternizações. Além da janta, cerveja não pode faltar.
Osvaldo Pereira da Silva, mais conhecido como Bigode, de 73 anos, defendeu a Ascom na competição e exalta a retomada da modalidade no município. “Acho que estamos fazendo a continuação daquilo que sempre queríamos. As canchas de bocha estavam ficando esquecidas, terminando. Vamos resgatar essa tradição, eu jogo bocha desde meus 10, 15 anos de idade. E não tinha mais na cidade”, pontua.
Integrante da equipe do América, João “Juruna” Irivaldo Soares, de 71 anos, começou a jogar com sua atual equipe há 30 anos, na inauguração da cancha do América. “É muito importante para o município ter esse campeonato. Traz mais gente para o esporte, vai evoluindo, pois a bocha estava meio parada. Eu jogo desde os 10 anos de idade. Temos que trazer os jovens para a bocha, geralmente só os mais velhos praticam”, frisa.
Arceu Kleinschmitt, de 51 anos, jogou pelo Campo do Meio na competição e parabenizou a organização do campeonato. “Temos 20 integrantes na equipe. Comecei a jogar com o time este ano. Acho importante ter a competição, tem que dar valor ao esporte. Parabéns a Montenegro pela organização. Jogar em casa e fora é diferente, mas a estratégia é a mesma, só muda a dificuldade. Não é fácil jogar fora, onde não conhecemos a cancha”, declara.