A pista de skate do Parque Centenário é palco, neste domingo, dia 27, do 1º ASM Street Champ, campeonato da modalidade organizado pela Associação dos Skatistas de Montenegro (ASM). A competição contou com a participação de mais de 20 atletas, que estavam divididos nas categorias Iniciante e Amador.
A competição é a primeira organizada pela ASM, que tem três anos de atividades. “Devido à pandemia é a primeira vez que a gente consegue organizar um evento dessa proporção”, destacou o presidente da entidade, Luís Gustavo Mezzari. Ele ressaltou que a ideia é realizar uma competição por ano, bem como oficinas para atrair crianças para o esporte, fomentar o público feminino e trabalhar com as skate shops para fomentar a cena do skate na cidade.
Luís Gustavo reforçou que a intenção também é usar os recursos angariados pela organização para realizar melhorias na pista do Parque Centenário. “Tapar buracos, pintar e dar uma manutenção”, enumerou ao citar o que deve ser feito. O presidente da ASM ressaltou o sucesso da competição. “Ficamos muito surpresos com o resultado positivo tanto pelo número de inscritos quanto pelo número de pessoas assistindo e prestigiando o evento”, afirmou.
“Acho que quem ganha mais é o skate na cidade de Montenegro, que a gente está sempre tentando fomentar. Nada melhor que um campeonato bem executado e com alto nível técnico, principalmente, para que a gente tenha esse resultado final que é a satisfação de todos os presentes”, reforçou Luís Gustavo. Ele salientou, ainda, o apoio de lojas e marcas de skate da cidade que ajudaram na premiação.
Skatista das antigas – ou “old school”, como ele mesmo colocou –, Marcelo Nascimento era um dos jurados da competição. Montenegrino, ele se disse feliz poder ver o esporte novamente em destaque na cidade. “Sou daquela geração dos anos 1980 e 1990 em que o skate era muito discriminado”, comentou.
Marcelo observou que houve uma melhor aceitação para com o esporte depois que ele virou modalidade olímpica. “O pessoal está vendo com outros olhos, mas tem muito a melhorar no sentido da valorização e do respeito aos skatistas. É um esporte como qualquer outro”, reforçou.
Sobre a atuação como jurado, o veterano explicou que nas voltas que os atletas inscritos fazem são avaliados itens como dificuldade das manobras, regularidade de acerto delas e também o aproveitamento da pista.
Primeiros colocados por categoria
Iniciante
1º lugar – Iuri Maurício
2º lugar – Guilherme Pinheiro
3º lugar – Kevin Almeida
Amador
1º lugar – Josiel Müller
2º lugar – Mário Luís
3º lugar – Wesley Lucas
Atletas destacam importância do esporte
O primeiro skatista da primeira bateria do 1º ASM Street Champ foi Alexis Maximiliano Krefta Dana, 22 anos. Natural de Foz do Iguaçu, no Paraná, ele mora em Maratá há um ano, lá pratica o esporte numa pequena quadra no Parque Municipal da Oktoberfest. O jovem, que disputou na categoria Iniciante, contou que anda de skate há anos, mas que deixou o esporte de lado após um acidente de moto ocorrido há mais de três anos. Retomando a prática, ele fez questão de participar do campeonato.
“Não se pode abandonar o skate”, afirmou. Alexis contou que o esporte o ajudou bastante. “Foi um meio que me tirou de uma ‘deprê’, me fez sair de casa e me fez praticar mais exercícios. Eu estava com problemas de saúde e o skate me salvou, literalmente”, revelou. O atleta também destacou as amizades feitas no meio. “A galera é muito humilde, muito unida. É um apoiando o outro”, garantiu.
Alexis lembrou que conheceu a pista de skate do Parque Centenário ao passar pelo local quando foi fazer um documento na cidade. “Vim aí, colei com a galera – que é gente fina – e me acolheram”, comentou, incluindo alguns palavrões no meio para enfatizar sua fala.
Atleta da categoria Amador, Mário Luis de Azevedo de Vargas, 28 anos, destacou que o bom do skate é justamente o agrupamento de pessoas de diferentes culturas e cidades, o que ocorreu na competição. Ele mesmo é natural de Novo Hamburgo, mas “se criou” em Montenegro, onde mora. Além disso, houve outros atletas de outras cidades presentes na competição.
“É o lazer que se tem e o esporte junto. Com tudo isso ainda se proporciona novas amizades, novos vínculos e novos contatos”, analisou o skatista. “Sem sombra de dúvidas, é bom demais praticar isso. Esse lazer que até nas Olimpíadas está”, reforçou Mário. No entanto, o atleta lamentou a falta de apoio e incentivo ao esporte. “A pista, querendo ou não, volta e meia está ‘jogada’. Se não é os próprios atletas botarem a mão não acontece nada”, apontou.