Caminhada Iluminada vai homenagear Debby Michels e outras vítimas de violência

Ao completar uma semana da morte da fisiculturista Debora Michels Rodrigues, a “Debby”, de 30 anos, a repercussão deixada pelo crime ainda é grande nas redes sociais e principalmente no sofrimento dos familiares e amigos.

“A dor e o sofrimento é grande. Estamos tentando suportar”, diz o pai, Davi, ao encaminhar o convite para a missa de sétimo dia que vai ocorrer neste sábado, 3, às 17h, na Catedral da Diocese de Montenegro.

Também no sábado, às 19h30, depois da missa, vai acontecer a Caminhada Iluminada em Defesa da Vida das Mulheres. A saída vai ser na frente da Catedral. As integrantes do Coletivo Força Feminina Montenegro pedem que os participantes da caminhada estejam de preto e levem uma vela para iluminar o caminho. Segundo Monaliza Furtado, uma das organizadoras, a caminhada vai homenagear Debora, que foi vítima de feminicídio, e todas as mulheres que sofreram e sofrem todo o tipo de violência.

A caminhada sairá da igreja até a beira do rio (cais do porto), passando pela Praça Rui Barbosa, onde o movimento já realizou uma manifestação na manhã do último sábado. “O objetivo de mais essa ação é continuar mobilizando a opinião pública para a importância de pedirmos justiça, punição aos agressores e lembrar da importância da educação para mudarmos essa realidade tão perversa”, ressaltou Monaliza.

Conclusão do inquérito

O inquérito policial sobre a morte de “Debby” ainda não foi concluído. A Polícia Civil segue realizando diligências e tomando depoimentos, além de aguardar o resultado dos laudos da perícia e da necropsia.

O acusado, de 48 anos, está recolhido ao sistema prisional, após se apresentar na Delegacia na manhã do último domingo, depois de sua prisão preventiva ser decretada pela Justiça. Em depoimento, ele confessou que pegou a personal trainer pelo pescoço e jogado contra um guarda-roupa, durante uma briga na casa em que residiam, na localidade de Vendinha. Após ver que ela estava passando mal, disse que iria levá-la ao hospital em Montenegro, mas no caminho percebeu que a educadora física não estava mais respirando e decidiu largar o corpo na frente da casa dos pais dela, no bairro Centenário, sexta-feira de madrugada, 26 de janeiro.

Fazia quatro anos que Montenegro não registrava um feminicídio, sendo que a morte de Debora foi o primeiro homicídio de 2024 no município. Conforme familiares, ela foi morta no dia que deixaria a casa em que morou com Alexsandro Gunsch, após um relacionamento de mais de 11 anos. O irmão Alex Michels informou que ela já havia alugado um apartamento e aparentemente ele estava aceitando o término da relação. A Polícia ainda investiga se o crime foi premeditado.

Os casos de violência contra a mulher, mesmo com a rede de proteção, concessão de medidas protetivas prevista na lei Maria da Penha e o acompanhamento da Delegacia da Mulher, Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar e Conselho da Mulher, continuam com índices muitos altos em Montenegro e na região. Só no mês de janeiro deste ano a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do Vale do Caí instaurou 117 novos inquéritos. No Estado foram pelo menos 12 mulheres assassinadas no primeiro mês de 2024, o que representa um aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.

Últimas Notícias

Destaques