Camila Oliveira: “Eu tenho trabalho para apresentar à população montenegrina”

Desburocratização e hospital público regional estão entre as pautas da candidata

Camila Oliveira encerrou a série de entrevistas do Estúdio Ibiá com os candidatos da cidade que concorrem a deputado estadual nas eleições deste domingo. Vereadora eleita em 2020 com 647 votos, Camila diz que a decisão por concorrer ao cargo na Assembleia Legislativa foi motivada pela falta de representatividade de Montenegro, especialmente de uma mulher, no parlamento estadual. Filiada ao Republicanos, ela tem como pautas a instalação de uma Escola Técnica Agrícola Regional e de um Hospital Público Regional no Vale do Caí. Dizendo-se representante do setor madeireiro, a candidata também defende a desburocratização da legislação ambiental. Destaca que o bom trânsito em Brasília e sua atuação como vereadora a qualificam para o novo cargo.

Ibiá: A senhora, enquanto vereadora, foi diversas vezes à Brasília em busca de recursos. O que destaca desse trabalho?
Camila Oliveira: O que eu destaco de relevante nesse contexto todo é que eu tenho acesso, inclusive, ao gabinete do presidente da República. Há muito tempo nós não tínhamos essa representação de um político de Montenegro ter acesso e canal direto ao presidente; de ter portas abertas em Brasília. Eu estava lá em outubro do ano passado e recebi uma ligação aqui de Montenegro, com o pessoal pedindo ‘Camila, intervenha através do Ministério da Cultura para que nós possamos ter o destravamento da festa de São João do Montenegro’. Eu vi com muita importância isso, porque há anos a comunidade montenegrina clamava por uma festa de identificação. Eu me debrucei em cima disso diariamente, sendo interlocutora com o Ministério e pedindo para que agilizasse o processo. A festa aconteceu porque nós intervimos diretamente.

Ibiá: A senhora percorreu a região com o projeto de um hospital regional. Como ele seria viabilizado?
Camila Oliveira
: Eu me comovi muito com a morte daquele menino de dois anos que estava no hospital aqui em Montenegro e demorou muito tempo para vir uma ambulância. Quando chegou em Canoas, ele veio a óbito. Eu ouvi da boca da mãe da criança que a entregaram morta para ela e ela veio com a criança morta, nos braços, de Canoas a Montenegro. Meu coração se comoveu de tamanha forma que eu disse ‘meu Deus, esse sangue vai ser cobrado das minhas mãos’. Porque eu sou política. Eu tenho o compromisso ético e moral de lutar pela Saúde do meu povo. Nós temos o dever moral de lutar para que nenhuma criança, nenhuma pessoa, nenhum idoso chegue no serviço de Saúde e venha a perder a sua vida por negligência. Nós não podemos ficar reféns de um sistema que encaminha média e alta complexidade para a Capital.

Então, eu comecei a conversar com várias pessoas. Uma delas foi a nossa ex-secretária de Saúde, Cristina Reinheimer. Falei do meu projeto para ela e prontamente ela abraçou a minha causa. E eu não tinha a dimensão da grandiosidade disso até duas semanas atrás. Eu estava em entrevista em uma rádio em Porto Alegre e lá tinha um secretário de Saúde do Estado, que me disse que a tendência, dentro do Estado do Rio Grande do Sul, é essa regionalização da Saúde. Ele disse assim ‘tu está no caminho certo, Camila. É exatamente para isso que está caminhando o Estado; para que nós possamos regionalizar a Saúde porque a Capital não suporta mais’.

Camila avalia que problema da Saúde está na gestão

Ibiá: Como seria a sustentação econômica desse hospital regional?
Camila Oliveira:
Eu acredito que pode ser tripartite, municipal, estadual e federal. Já existe a possibilidade de, em São Sebastião do Caí, do mesmo proprietário que doou as áreas de terras para a UCS fazer a doação também para este hospital. Existe também a possibilidade de conversarmos com as universidades – já conversei com pessoas da Unisc – e nós termos um hospital escola; de usarmos as universidades que nós temos na região para trabalhar dentro desse hospital. Existe também a intenção de empresários da nossa região em ajudar na construção deste hospital. E, no mesmo momento em que eu tive a intenção de levantar essa bandeira, eu conversei com o tenente-coronel Zucco, que é o candidato a deputado federal que é minha dobradinha, e ele está totalmente comigo nessa causa. Perguntei ‘e o Mourão vem com nós?’ Ele, ‘o Mourão vem com nós’. ‘O Onyx vem com nós’, que é a nossa chapa? Ele, ‘todos vêm com nós’. Então, se nós tivermos sucesso nessa chapa, ok, vamos trabalhar e teremos muito mais força. Se não tivermos – e a gente também precisa pensar nessa possibilidade – nós vamos sentar e conversar com todos. Porque a Saúde é uma bandeira branca, não é uma bandeira partidária, e vamos precisar unir forças de todas as lideranças políticas para que esse projeto não fique só no papel.

Ibiá: Um deputado tem muitas funções. Qual será seu principal norte, se eleita?
Camila Oliveira:
Eu fui escolhida, também, pelo setor madeireiro aqui da nossa região. Nós somos um polo de plantação de mato de eucalipto e de acácia, tanto que temos a Tanac em Montenegro, e o pessoal do setor madeireiro, conhecendo meu irmão, chamou ele e pediu para eu ser a representante do setor dentro da Assembleia Legislativa. Eu falo isso porque nós precisamos, urgentemente, desburocratizar o nosso Estado. Meu foco dentro da Assembleia Legislativa será trabalhar junto ao governo do Estado para que nós possamos desburocratizar legislações ambientais que muitas vezes não permitem que os empresários, tanto do setor madeireiro quanto do agronegócio, possam produzir e trabalhar. Eu vou tentar diminuir o ICMS do Estado, tentar facilitar a vida de quem produz emprego e renda no nosso Estado.

Ibiá: A Central de Regulação do Estado tem fila de quase 200 mil pessoas esperando por cirurgias e consultas especializadas. Como diminuir esse número?
Camila Oliveira:
Fiscalizando. Hoje, talvez a tabela do SUS esteja defasada – tem que ser feita uma revisão da tabela do SUS -, mas existe muita falta de gerência, de administração, de vontade dentro do setor da Saúde para trabalhar e fazer a coisa andar. Eu posso dizer isso com categoria porque nós tivemos na gestão anterior uma secretária municipal de Saúde, a Cristina Reinheimer, que trabalhava com maestria com os recursos que tinha. Hoje, o secretário Rodrigo também vem fazendo o seu trabalho com maestria. Mas são gestores que, muitas vezes, não fazem mais porque ficam amarrados em ter que enviar para o Estado. É isso que eu quero tentar agilizar; tentar tirar a referência do Estado, com o hospital regional, para nós podermos ter a possibilidade de atender nossos munícipes e a nossa região com qualidade num hospital público regional.

Ibiá: Qual sua avaliação da concessão das rodovias da região, candidata?
Camila Oliveira:
Eu penso que quando nós temos uma rodovia pedagiada, nós estamos pagando imposto dobrado. Eu seria favorável ao pagamento do pedágio se nós não pagássemos IPVA. Grande parte do IPVA é para a manutenção das estradas. Então, nós pagamos imposto dobrado. Eu acredito que tenha que haver um debate muito sério a respeito disso. Ou abrimos mão de um ou de outro.

Ibiá: Hoje, só em Montenegro, são sete candidatos. Qual é o seu diferencial?
Camila Oliveira
: Como falei, eu tenho portas abertas em Brasília. Eu trilhei um caminho para que eu pudesse chegar lá e ter credibilidade para chegar nos políticos de Brasília ou do estado do Rio Grande do Sul, de poder pedir e ser atendida. Eu não sou uma aventureira. Eu tenho ações, projetos, recursos que foram enviados para o nosso Município. Eu tenho ações executadas de fato. Nós trabalhamos para ter uma Escola Cívico Militar no nosso Município; e nós temos. Então, eu tenho trabalho para apresentar à população montenegrina. E se eu fiz essa caminhada em apenas um ano como vereadora, o que eu posso fazer como deputada estadual pelo estado do Rio Grande do Sul? Eu tenho muito a contribuir.

Ibiá: Sua mensagem final, candidata?
Camila Oliveira:
Eu quero agradecer e dizer ao eleitores que avaliem como o futuro da nossa nação, dos seus filhos, está nas suas mãos. Eu conversei com alguns venezuelanos tempos atrás e perguntei porque eles estavam aqui no Brasil. Eles me disseram que estavam aqui pagando as escolhas dos pais deles. Que os pais deles votaram errado e hoje eles estão pagando pelas escolhas dos pais. Se tu tem filhos, sobrinhos, netos, alguém que ame de coração, olhe para essa pessoa e pense com muito carinho nas escolhas que tu irá fazer neste 2 de outubro.

Bate-Pronto
Seu voto para Presidente da República?
Jair Bolsonaro

Para o Senado?
General Mourão

Deputado Federal?
Tenente Coronel Zucco

Governador?
Onyx Lorenzoni

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