180 anos. No aniversário da corporação, Legislativo homenageia as mulheres e homens que protegem a sociedade
O empenho dos policiais militares na missão de zelar pela sociedade e combater a criminalidade no Vale do Caí foi reconhecido pela Câmara de Vereadores de Montenegro nesse sábado, dia do aniversário de 180 anos da Brigada Militar. Durante a homenagem proposta pela vereadora Josi Paz (PSB), foram enaltecidas a garra e a perseverança de homens e mulheres firmes no propósito de driblar as dificuldades, como os parcelamentos/atrasos de salários e a falta de efetivo, e servir à sociedade.
Muitos brigadianos compareceram à sessão solene e em uma clara manifestação de orgulho em vestir a farda e de gratidão pelo reconhecimento. A vereadora Josi Paz ressaltou ter conhecido de perto o trabalho valoroso da Brigada Militar durante os sete anos em que atuou como conselheira tutelar. Citou a coragem, a inteligência, a perspicácia e a dedicação dos integrantes da instituição. “São referenciais de valores e heroísmo, de garra, de vontade, de decência. E quem conhece os nossos brigadianos sabe bem do que estou falando”, salientou.
O responsável pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) Vale do Caí, major João Luís Machado, também fez referência ao importante papel desempenhado pelos seus comandados. “Essa homenagem que está sendo feita aqui hoje é fruto do trabalho de vocês”, frisou. O oficial ressaltou como de extrema importância o reconhecimento e a valorização representados pelo evento. E lembrou que o Vale do Caí é destaque entre as 16 CRPOs no Estado.
O sábado teve, ainda, um reconhecimento ao sargento Elvis Nei Carvalho Pires, que já tem tempo de serviço para se aposentar, mas segue em atividade, e ao soldado Taigor Pedroti, por sua destacada atuação no policiamento em Montenegro e região. Ambos receberam o Voto de Congratulações.
“Essa homenagem é muito importante para nós que trabalhamos na linha de frente, combatendo a criminalidade 24 horas por dia. Gostaria de dedicar e dividir essa homenagem com todos os colegas do 5°BPM e dizer que somos uma família e que nosso diferencial está na nossa união”, comenta Pedroti.
O evento na Câmara teve apresentações da Camerata de Montenegro e do Coral Vozes.
Amor pela farda e apoio da família
O 1º sargento Dionson Portella Martins, 38 anos, personifica o espírito aguerrido e combativo dos seus colegas de farda. Atualmente respondendo pelo comando do 1º Pelotão da 1ª Companhia do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), ele tem entre suas atividades, a parte administrativa. Contudo, não deixa de lado o policiamento ostensivo.
Dionson ingressou na corporação em 2004, no 1º Batalhão de Operações Especiais (BOE), em Porto Alegre, onde realizou o curso de soldado. O policial cita como marcante as inúmeras prisões realizadas por porte de drogas e, sobretudo, uma ocorrência de assalto na qual ele, o tenente Humberto Alencar Minks Reinhardt e o sargento Elvis Nei Pires Carvalho, prenderam, em junho de 2016, a quadrilha autora de dois assaltos, o primeiro a uma lotérica na Timbaúva e outro a um mercado na rua Apolinário de Moraes, local onde houve a prisão, após troca de tiros com criminosos. Alguns deles acabaram baleados. Nenhum dos integrantes do 5º BPM se feriu.
O policial foi o motorista da viatura na ocorrência e revela ter sido um momento tenso. “Quando ouvimos estampidos de tiros, começamos a pensar que a possibilidade de não voltarmos para casa é grande. Mas eu sempre penso que o mal nunca pode vencer o bem, que Deus nos protege”, conta. Os quatro elementos continuam presos e no próximo dia 27 vão a júri por tentativa de homicídio contra os policiais.
Dionson se formou em 2005, e permaneceu no BOE da Capital por mais dois anos, até vir para Montenegro, onde também ocupou o cargo de subcomandante do Pelotão de Operações Especiais. Ele ressalta como fundamental o apoio da família desde o início da carreira. “Na época, quando ingressei na Brigada, eu tinha um bebê de quatro meses. Ficava 15, 20 dias em Porto Alegre e a minha esposa aqui em Montenegro sozinha. Eu fiz o curso de soldado junto com o sargento Viegas (Tiago Finck Viegas) e houve momentos em que pensamos em desistir, porque foi muito puxado para nós, até pela questão de morarmos em Montenegro e pelas atividades que nos foram apresentadas, mas com o apoio das nossas famílias a gente conseguiu concluir”, lembra. O sargento vive com a esposa Silvana dos Santos Martins e com os filhos Douglas, hoje com 13 anos, e a bebê Francine, de 1 ano e três meses, o xodó do papai.
“Significa algo que está acima de mim”, diz Bessi
Questionado sobre o significado de ser policial militar, o subcomandante do 5º BPM, capitão Oscar Bessi Filho, responde de maneira firme, como deve ser a atuação na corporação. “Significa algo que está acima de mim, da minha pessoa, dos meus gostos e opiniões. Significa ter lado e ter lado é não aceitar o convívio de criminosos, golpistas, corruptos e etc. Antes de qualquer coisa sou policial militar e, enquanto estiver na ativa, isto está à frente da minha família, dos meus amigos, de qualquer outra atividade que eu possa ter. Foi a escolha que eu fiz, bem consciente, há 28 anos”, ressalta.
O comandante do 5º BPM, major Iber Augusto Lesina Giordano, destaca que a corporação do Rio Grande do Sul é a menos violenta no país e a que apresenta menor índice de corrupção. “Atualmente, estou no comando de um Batalhão histórico da Brigada Militar, é uma satisfação, até uma emoção falar sobre isso. Quando eu entrei na academia, lá em 1993, várias coisas passam pela cabeça da gente, mas este momento que vivo hoje, de estar no comando de um Batalhão da Brigada Militar é uma honra muito grande”, frisa.