Calorão fora de época mostra suas consequências no comércio local

Comerciantes precisaram adaptar seus negócios para o clima inesperado

Venda de aquecedores e fogões a lenha caiu 30%, segundo gerente do ramo

O calor fora de época pegou a todos de surpresa. Já é consenso entre a população que 2017 teve poucos dias que pudessem ser reconhecidos, de fato, como inverno. Na estação, que acaba oficialmente só no dia 22 de setembro, o calorão anormal tomou conta, com temperaturas chegando à casa dos 35 graus na região. Os comércios locais, diante desta realidade, precisaram buscar alternativas para não ficarem no prejuízo com a queda dos artigos de frio.

Na loja de roupas onde é sócia-gerente, Valdeni Oliveira precisou dividir o espaço entre as duas estações. Quem entra no local, primeiro passa por toda a coleção de verão e, do meio para os fundos, encontra os artigos de inverno. “Ainda não podemos recolher todo o inverno, porque ainda podem vir dias de frio. Então temos que tentar este misto”, relata.

Valdeni aponta que o verão, normalmente, vai começando aos poucos e, assim, era feita a atualização da loja de uma estação para outra. “Acabou que inverno esse ano nem fez. Com esse calor louco, recorremos à liquidação de parte das roupas quentes para não ficar com muito estoque.”

Luana optou por trocar quase todo o estoque da loja por artigos de verão

Em outra loja de vestuário do Centro, já quase nada se vê de artigos de inverno. “Só o que tem é algumas blusas de meia estação, porque ainda faz um friozinho de manhã ou mais pro fim da tarde”, explica a gerente Luana Tonelli. Em outros anos, a loja estaria repleta de artigos para dias de frio.

Ela conta que, como seu estabelecimento faz parte de uma rede maior de lojas, as compras para as linhas de verão são feitas antecipadamente e já se tinha estoque para suprir a demanda imposta pelo calor. Quantos às vendas, com o remanejo de coleções, a gerente observa um saldo positivo: “foi bem bom. Claro, a gente queria um pouco mais, mas, no geral, conseguimos fechar até melhor que o ano passado”, comemora.

Na área dos eletrodomésticos, a procura pelos ventiladores começou cedo. É o que aponta o gerente de uma loja do ramo, Isaias Siva, com o contraponto de que artigos como aquecedores e fogões a lenha tiveram queda de cerca de 30% nas vendas em comparação ao ano anterior. “Começou, então, essa procura pelos ventiladores. Nós trouxemos pra loja o que já tínhamos em estoque do último verão e também já estamos recebendo das linhas novas para ofertar”, conta.

E como tudo tem o seu lado bom, a sorveteria e milkshakeria administrada por André Tomiolo comemora um inesperado sucesso de vendas diante do clima quente.

Aberta há pouco mais de dois meses, Isaias explica que a ideia era iniciar o negócio em dias de menor movimento, para criar uma base de fregueses antes do verão. Acabou que o verão chegou antes e a clientela, em peso, também. “Não tenho nem ideia de quantos sorvetes a gente vende por dia, mas o movimento não para, principalmente na parte da tarde”, comenta. Com o bom resultado, ele já pensa na expansão do cardápio, com mais variedade de receitas refrescantes. De acordo com o Portal Climatempo, o calor deve continuar no município pelos próximos dias, com temperaturas máximas variando entre 25 e 32 graus.

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