Local desmoronado em 2018 precisa ser preservado como patrimônio histórico
Na manhã dessa quinta-feira, 17, a manutenção da Orla do Rio Caí, em Montenegro, esteve novamente em pauta na Câmara de Vereadores. O assunto foi específico: o desmoronamento que ocorreu em 2018, na calçada da orla, em frente à Escola da Brigada. O proponente da reunião, vereador Talis Ferreira, esteve debatendo o assunto com o secretário de Gestão e Planejamento, Rafael Cruz; secretário de Obras, Edson Machado e o diretor de Contratos e Convênios Silvio Kael. Talis questionou aos demais se existia a possibilidade de a Administração Municipal consertar o talude após o desmoronamento, que vem causando cada vez mais risco. Em 2021, o Ibiá chegou a noticiar que sete empresas já haviam declinado o serviço na área.
Segundo Silvio Kael, esta é uma obra de tombamento que precisa ser executada por uma empresa especializada em obras de patrimônio histórico para preservação do local, e aí entra a maior dificuldade. Como há uma obrigação de manter as características originais do local, fundado em 1904, nem todas as soluções propostas são viáveis. “Estamos, há alguns meses, buscando alternativas viáveis e empresas interessadas ao menos em orçar, porque não é qualquer empreiteira que pode realizar o serviço. Não é uma obra de engenharia civil simples, que existem milhares de empresas para executar”, destaca. Conforme Edson Machado, só existem duas empresas especializadas no serviço necessário no Rio Grande do Sul, por isso, a grande dificuldade em andar com o processo.
Kael ressalta que, no local, não adianta fazer paliativos e embelezar, porque o problema não vai ser resolvido. “Estamos falando do estrutural de um Cais que está comprometido. É um trabalho complexo de um problema que foi sendo deixado e agora chegou neste ponto”, explica. Por isso, a alternativa encontrada foi via Caixa Econômica Federal. “Eles têm uma equipe especializada de engenharia e arquitetura com realização de obras em patrimônio. Nasce uma esperança para poder andar com o processo e licitar esta obra”, acrescenta.
Segundo Edson, o processo junto à Caixa está em “situação adiantada”. “Semana que vem fazer devo receber os orçamentos, para andar com o processo para fazer o Termo de Referência, contratar a Caixa e a partir daí as coisas mudam e a gente tem a possibilidade de correr atrás de recursos e fazer uma obra de verdade”, afirma Kael. Rafael Cruz, por sua vez, enfatiza que, mesmo com o processo já em andamento, não é possível dar uma previsão para os demais desdobramentos, justamente por se tratar de uma obra complexa, diferente do comum. Após a licitação, ainda assim é esperada uma dificuldade até mesmo financeiramente, por isso, já são pensadas maneiras de viabilizar recursos.
Só na história recente, casos de desmoronamento em diferentes pontos da orla foram registrados em diversos anos, consequência de ações da natureza, como enchentes e enxurradas, e também de intervenções humanas, com o trânsito de veículos pesados, a rede de esgoto e obras realizadas sem o devido cuidado com a estrutura.