Mesmo com reduções recorrentes pela Petrobras, consumidor nota pouca diferença quando vai abastecer o veículo
Com 12 quedas consecutivas no preço, a gasolina baixa mais uma vez nas refinarias desde setembro, quando atingiu R$ 2,2514 por litro, conforme anúncio da Petrobras nessa quarta-feira, 7. A partir de hoje o preço será negociado a R$ 1,7082, totalizando 0,48% desde o último reajuste.
Durante esta semana, a estatal petrolífera anunciou outro reajuste para menos. Isso acontece porque existe uma valorização do real em relação ao dólar e as referências internacionais do petróleo estão enfraquecidas. Porém, mesmo com 54 centavos a menos por litro desde setembro passado, o consumidor não sentiu toda esta diferença na hora de abastecer o carro. Isso porque o combustível sai da refinaria como gasolina “A”, sem etanol. Quando a distribuidora compra, para que possa revender, é preciso transformar em gasolina “C”.
A partir disso, distribuidoras compram o Etanol Anidro, fabricado por algumas usinas, que é misturado na proporção entre 18% e 27%, formando a gasolina “C”. Além disso, o preço dos combustíveis sofre influência direta do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 30% aqui no Estado.
Outros impostos como PIS/COFINS e a CIDE também interferem nos valores cobrados, além do transporte e a margem de lucro dos postos, que corresponde a um percentual pequeno. De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, o preço é livre e cada revendedor.
Dal´Aqua afirma que o governo define um preço médio para os combustíveis, mas cada distribuidora tem a sua política de valores. “Hoje a carga tributária está em cerca de 50% e isso encarece o combustível. Se tirássemos a gasolina dos postos e o consumidor comprasse diretamente do caminhão da distribuidora, a diferença seria de apenas 50 centavos”, afirma.
Alterações podem ser pequenas devido a crise
Alguns postos de Montenegro e região tiveram ou vão promover pequenos reajustes esta semana. No entanto, as mudanças nos murais de valores não são tão expressivas assim. Segundo um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre os dias 21 e 27 de outubro, o preço médio do litro da gasolina no Rio Grande do Sul foi de R$ 4,93.
Em Montenegro, o Ibiá pesquisou 13 postos entre a terça-feira, 6, e ontem, 7, encontrando a média de R$ 4,86 para cada litro de gasolina “C”. Na região, em quatro postos de Brochier, Maratá e Pareci Novo, o valor médio é de R$ 4,96. Com reajustes constantes e muitas vezes diário, feitos pela Petrobras, os postos não conseguem repassar os preços na mesma proporção de tempo.
Presidente da Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua destaca que existe uma crise muito forte no mercado. “Em um ano, 120 postos de gasolina fecharam em todo o estado”, diz. Outro fator que contribui para este cenário é a diminuição do consumo dos combustíveis, principalmente a gasolina.
Já o botijão de gás de cozinha ficou mais caro
Se a gasolina teve algumas baixas, por outro lado, o gás de cozinha aumentou 8,5% nesta semana, de acordo com a Petrobras. O preço médio do botijão de 13 kg vendido às distribuidoras subiu para R$ 25,07 na terça-feira, 6. Desde julho as distribuidoras pagavam R$ 23,10.
A elevação das cotações internacionais do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), Segundo a estatal brasileira, contribui para a subida nos preços. Lembrando que conforme ocorre com os combustíveis, o valor pago pelas distribuidoras não é o que determina o preço final.
Há liberdade na prática de preços, impostos, o envasamento, transporte e uma pequena margem de lucro dos revendedores. Na semana passada, conforme a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a média paga pelos consumidores foi de R$ 68,59 por botijão.