Animal estava em lugar de difícil acesso no morro da localidade de Sanga Funda
Sob a proteção de uma casinha improvisada, a cadela Branca tirava um merecido e sereno cochilo na nublada tarde de segunda-feira, dia 22, no pátio da chácara de João Alves da Silva, 63 anos, em Sanga Funda, no interior de Montenegro. Fazia apenas pouco mais de 24 horas que a cadela estava ali, antes, por cinco dias, ela havia sofrido encurralada em um lugar de difícil acesso no morro onde fica a propriedade de João.
O agricultor conta que ouviu os pedidos de ajuda da cadela pela primeira vez na terça-feira, dia 16, enquanto cortava mato. Os ganidos se repetiram nos dias seguintes. Na sexta-feira, dia 19, com a ajuda de um amigo, João se empenhou em achar a origem dos latidos, mas não obteve sucesso. No sábado, dia 20, finalmente, ele descobriu que os sons vinham do meio de uma rocha em um paredão, num local de difícil acesso.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 17h daquele dia, mas por já estar escurecendo, o resgate ficou para o domingo, dia 21. “Ela tomou muita água e comeu bastante. É bem mansinha”, afirma João sobre o animal que está sob sua custódia. Inclusive, o agricultor aponta que ela se deu bem com Preta, a cadela de dois anos que ele possui. João destaca que a cadela não apresenta machucados, apenas os efeitos do tempo em que ficou sem comida e bebida.
Apelidada de Branca pelo agricultor, ela pode ter outro nome. Isso porque um morador de Brochier crê se tratar de sua cadela que foi roubada. O homem marcou de ir no final da tarde desta segunda-feira, dia 22, ver se era mesmo o seu animal. O desfecho dessa história você confere na edição de quarta-feira, dia 24, do Ibiá.
“Quando entra um chamado é uma vida”
Integrante da guarnição que fez o resgate, o bombeiro André Luis de Oliveira revela que chamados para realizar o resgate de animais são comuns na rotina do Corpo de Bombeiros e são tratados com profissionalismo. “Quando entra um chamado é uma vida, não é só um cachorro ou gato. Fazemos (o resgate) como se fosse uma pessoa”, garante. Ele, que também tem um cachorro de estimação, lembra que já participou de outros resgates de animais como cachorros, gatos, gambás e ouriço.
Para o resgate da Branca, o soldado conta que a equipe levou o equipamento de salvamento em altura disponível. “Procuramos imaginar a cena para não precisar ir e voltar buscando equipamento por ser um local distante”, revela. No local, a guarnição encontrou um paredão e rochas. Foi necessário fazer uma escalada para chegar até o animal. “A cadela estava num buraco, mas não presa. Ela estava fraca, magra e não reagia”, diz. Por precaução, a boca do animal foi amarrada antes dos bombeiros fazerem sua remoção.
Para Luis, foi gratificante ver o animal demonstrar ânimo após ter sido removida do local onde estava preso. Também participaram do resgate do animal o sargento Ângelo de Lima Justo, o soldado Hiago Maldonado da Silva e a soldado Francine Leila Dotta, que deu apoio a partir do quartel.