Brochier completa 34 anos de emancipação política

Cidade cresceu e ficou conhecida pela sua produção de carvão vegetal

Brochier completará em 11 de abril 34 anos de sua emancipação política. O Município – que num primeiro momento era chamado de Brochier do Maratá – se desenvolveu ao longo dessas mais de três décadas e ficou conhecido pela sua produção de carvão vegetal. Produção essa que ajudou a levar o nome da cidade para todos os cantos do Rio Grande do Sul, bem como para fora do Estado e do País. Tal fato também serviu de inspiração para batizar a Trilha do Carvão, um dos maiores eventos do país no ramo. A produção de carvão também é lembrada através do mascote da cidade, o Carvozito.

Brochier produz mais de 16 mil toneladas de carvão anualmente, envolvendo aproximadamente 500 produtores e cerca de 20 empresas empacotadoras

A ligação com o carvão vegetal é tanta que o Município passou a se identificar, a partir de 2006, como Capital do Carvão Vegetal. O setor envolve, conforme dados da secretaria municipal de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio, cerca de 500 produtores. Por ano, Brochier produz mais de 16 mil toneladas de carvão. Além disso, a cidade conta com cerca de 20 empresas empacotadoras do produto. Assim, o setor gera empregos e renda, fazendo a economia do Município girar – e crescer.

Entre os centenas de produtores de carvão vegetal que fazem parte dessa história está Marcelo Kleber. Ele trabalha com o produto há 30 anos e viu a produção se desenvolver juntamente com o Município. Entre as mudanças observadas na forma de produzir carvão está no formato de construção dos fornos, que agora são construídos de forma a reduzir a emissão de fumaça. “Quanto menos fumaça, melhor fica o carvão”, explica. Outra mudança na cadeia produtiva do carvão vegetal que Marcelo acompanhou foi a troca do uso de madeiras de acácia pelas de eucalipto. “Só planto mais eucalipto. Acácia não vale mais a pena”, comenta e diz que consegue plantar o dobro de mudas de eucalipto por hectares entre outras facilidades de manejo.

Marcelo Kleber é um dos muitos produtores de carvão da cidade e acompanhou o desenvolvimento do setor e de Brochier

O presidente da Associação dos Produtores e Empacotadores de Carvão Vegetal (Apecave), Darci Josemar Scherer, analisa que o crescimento do setor carvoeiro também representou crescimento para Brochier por gerar empregos e renda. “O desenvolvimento do carvão foi, em Brochier, muito grande”, reforça. Ele lembra que os pioneiros na produção faziam carvão em caieiras que eram tapadas com terra e palha.

Segundo Darci, num primeiro momento havia a venda do carvão em granel para empresas da Grande Porto Alegre. Só depois é que começou a ocorrer o empacotamento do produto em Brochier, ocasionando o aumento da produção. O presidente da Apecave ressalta que muito da evolução dos processos de produção e comercialização de carvão vegetal partiram da união dos produtores brochienses. Foram conquistados avanços desde nas mudanças nos fornos para diminuir a quantidade de fumaça emitida até no transporte do carvão, com o produto deixando de ser rotulado como carga perigosa.

Momento de se reinventar
Também participando da cadeia produtiva do carvão há 30 anos, Waldair Odair Musskopf é um dos empresários que ajudou a levar o nome de Brochier para o mundo por meio do carvão. Representante da Carvão Irmãos Musskopf, empresa detentora de marcas como a Carvão Ivoti, Waldair conta que já exportou produtos para a Europa, mas hoje, por conta da pandemia do novo coronavírus e da crise financeira, mantém, para o exterior, apenas a venda para o Uruguai.

Brochier completa 34 anos de emancipação na segunda-feira, dia 11

O empresário entende que o setor ajudou Brochier a crescer não apenas pelo retorno financeiro, mas também pelos empregos gerados. Porém, ele observa que a situação atual não é boa. Waldair conta que, hoje, boa parte da madeira adquirida para produzir carvão vem de fora da cidade. Há, também, a compra do produto final de produtores de outras cidades. Além disso, ele entende que a saída de jovens da área rural pode piorar ainda mais a situação. Outro fator de impacto é que a empresa, bem como outras do setor, trabalha há anos sem reajustar o preço do carvão.

O cenário visualizado por Waldair é confirmado pelo presidente da Apecave. “Realmente, nesses aumentos de tudo de hoje, a nossa mercadoria não acompanha. Fica bem defasado o nosso comércio – e é no geral, do produtor até lá no comércio”, comenta Darci. Ele reforça, ainda, que entende que o mercado é de altos e baixos e que o carvão tem potencial de se reerguer. Com o cenário pouco favorável, Waldair entende que há necessidade de mudança. “Eu acho que todo o Município, o nosso povo de Brochier, tem que se reinventar”, afirma.

Prefeito destaca importância do carvão ao Município
Não são apenas os impactos diretos do setor do carvão vegetal – com famílias inteiras produzindo e diversas empresas gerando empregos e vendendo o produto – que chamam a atenção do prefeito Clauro Josir de Carvalho. Para ele, a cadeia produtiva auxilia no giro interno da cidade. O dinheiro gerado ali circula pelos mercados, postos de gasolina, farmácias e lojas locais, bem como entra nos cofres públicos por meio dos impostos. “É uma pirâmide na qual o Município só teve, e tem, a ganhar”, assegura.

Ciente das dificuldades enfrentadas pelo setor, o prefeito ressalta que o poder público incentiva a manutenção da produção de carvão vegetal, mas também se esforça para fazer os empreendedores rurais entenderem que devem apostar em mais de uma cultura. Clauro ressalta ainda que a Prefeitura coloca à disposição dos empresários a Sala do Empreendedor para ajudá-los a enfrentar o período conturbado. “É bom que esses empreendedores estejam vendo que essa necessidade (de se reinventar) existe”, comenta. Segundo ele, por meio da Sala do Empreendedor é possível auxiliar o setor a passar por essa reinvenção.

Prefeito ressalta que dinheiro gerado pelo setor do carvão vegetal ajuda a movimentar a economia local

O prefeito ressalta que, hoje, também há outros setores se destacando em Brochier, como o de pallets e ateliers de bolsas e calçados, bem como investimento na área de bebidas. “Então, o Município está crescendo”, aponta. Clauro reforça que esse crescimento deve ocorrer de forma ordenada. O chefe do Executivo brochiense também exalta o trabalho de prefeitos anteriores por terem ajudado a cidade a chegar onde chegou e diz que está fazendo o melhor possível para auxiliar nesse crescimento, bem como adianta que torcerá pelo êxito de quem venha a assumir a Prefeitura no futuro.

Festa de aniversário já começa nesta sexta-feira
As celebrações pelos 34 anos de emancipação de Brochier iniciam já nesta sexta-feira, dia 8, com o 12º Rodeio Crioulo. As atividades tradicionalistas, como provas de laço, e apresentações artísticas, seguirão até domingo, dia 10. Na data que marca o aniversário da cidade – e é feriado municipal –, o dia 11, a festa seguirá no espaço do Parque da Expofesta, com shows com talentos locais a partir das 14h, na Concha Acústica. Às 17h a banda Luar sobe ao palco, sendo seguida, às 19h, pela Super Banda K’necus.

Além disso, haverá partidas amistosas de futsal e vôlei envolvendo os alunos do projeto “Caminho do Esporte” e também torneio de voleibol misto 4×4, que está com inscrições abertas. Os times interessados em participar da disputa podem realizar sua inscrição de forma gratuita e tirar dúvidas através do e-mail [email protected].

Últimas Notícias

Destaques