Quem não gosta de comprar? Pouca gente, não é mesmo? Existem ainda pessoas que gostam de comprar muito e revender. Isso é uma característica de muitos briqueiros, que procuram comercializar produtos usados por valores mais baixos. O casal Giovani Schenkel, 40 anos, e Adriana Cristina de Souza, 51, resolveu juntar o gosto de comprar e colecionar objetos com a renda extra das vendas em grupos de redes sociais. O comércio não significa o salário de ambos — já que ele é eletricista e presta serviços particulares, e ela trabalha em meio turno em uma escola municipal da cidade — mas significa um dinheiro extra para as despesas.
Além das compras, há as doações. Giovane conta que muitos sabem de sua atividade extra e conta que recebe muitos produtos de pessoas. “Esses dias meu tio me deu oito motores e três compressores, daqueles que tocam a água em algumas casas. Estou restaurando-os para revender. Vai ser pouco investimento para um bom retorno”, conta. Muitas coisas, como as 200 notas de dinheiro antigo, são apenas para colecionar, por gosto mesmo. Geovani explica que Cruzados, Peso Uruguaio e Cruzeiro não possuem um bom valor para comercializar. “Muitas das notas eu mesmo comprei, mas porque gosto de guardar. Se um dia eu reunir bastante, dá até para pensar em vender em um lote, mas tem coisas que a gente se apega”, diz.
“Montenegro Brick”, “Face brick Taquari”, “Brique de tudo Montenegro RS” e “Brick Montblack” são apenas alguns de todos os grupos em que o casal oferece os produtos que tem à venda. Adriana conta que o segredo é também ficar atento ao que o público mais precisa. “A gente vai olhando em cada grupo e quando achamos alguém que precisa de algo que podemos oferecer a gente comenta que tem. E fica de olho no que o pessoal mais precisa. Quando sabemos que outros vendedores têm o produto, nós indicamos os outros também”, comenta. Adriana ressalta que o mais importante nesses grupos é a solidariedade que todos os comerciantes têm uns com os outros. Ela afirma que o prazer em negociar dessa forma é que não há brigas por concorrência.
Doações
Além de comprar e vender, o casal é adepto às doações. Giovani conta que colocou à disposição seis mil telhas de barro, que usaria em uma construção em sua chácara, para as famílias desabrigadas em Esperança, Maratá. “É necessário ajudar quando os outros precisam. Se fosse comigo, gostaria de receber ajuda, então vou fazer o que posso”, comenta. Há mais alguns objetos para doação a quem quiser (confira a lista abaixo). Giovani mora próximo ao Caís do Rio Caí, mas optou por não divulgar seu local. O primeiro contato deve ser feito via telefone, (51) 9813-8731, ou Facebook, em que o perfil dele está como “Giovani Schenkel”:
*Uma pia de banheiro
*Um fogão a gás, azul, quatro bocas
*Uma cama de solteiro
*Um roupeiro de casal