Bombeiros voluntários acionam operadora de telefonia na Justiça pela volta do serviço 193

A Associação dos Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul (Voluntersul) deu entrada a uma ação na Justiça contra a operadora Oi. A iniciativa busca resolver com urgência os problemas nas linhas 193 nos municípios de Três Coroas, Rolante, Igrejinha, Candelária, Agudo e Teutônia.
Os problemas nas linhas tiveram início em dezembro do ano passado e atualmente apresentam instabilidade, afirma o presidente da Voluntersul, Anderson Jociel da Rosa. Em geral, as chamadas de emergências feitas pelo 193 são direcionadas para outras cidades. Para  falar com as corporações de seus respectivos municípios, os cidadãos tem de ligar para números administrativos, nos quais taxas são cobradas pela operadora, ou seja, se o usuário não tiver saldo em seu celular, por exemplo, não consegue completar a ligação.
O problema tem mais do que dobrado o tempo de resposta dos bombeiros voluntários para chamados de incêndios, acidentes de trânsito, resgates e atendimentos pré-hospitalares (APHs) em geral. “Já tivemos atraso sério em atendimento de incêndio, mas o temor maior é de que alguém acabe morrendo pela demora na chegada de socorro”, explica o presidente da Voluntersul.
Em um ofício/resposta à notificação extrajudicial da Voluntersul a Oi justificou que o problema foi causado por um pedido do próprio Estado para que os bombeiros voluntários ficassem sem as linhas 193. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado teria dito à imprensa que a atitude seria porque as unidades voluntárias seriam consideradas irregulares.
Com a repercussão, o comandante dos bombeiros militares do Estado, coronel Cézar Eduardo Bonfanti, encaminhou ofício à Oi declarando que não havia impedimento para manutenção do serviço 193 nos quartéis voluntários e pedindo que a companhia restabelecesse o serviço. Alguns dos quarteis tiveram o serviço restabelecido para linha convencional, mas não para celular. E outros o problema persiste para chamados diretos pelo canal gratuito de emergência.
“Deixar essas corporações sem o contato direto com a população pela linha de emergência é, no mínimo, uma irresponsabilidade”, assinala o presidente da Voluntersul. Em 2019, as 54 corporações voluntárias associadas atenderam a mais de 27 mil ocorrências diversas. Dessas, 20 mil foram nos municípios onde os moradores contam com a linha gratuita de emergência.

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