Os executivos Joesley Batista e Wesley Batista, donos da JBS no Brasil, e mais cinco funcionários, estiveram hoje (17) no STF para se reunir com o ministro Edson Fachin. Lá, prosseguiram com sua delação premiada, que teria poder de destruição maior do que aquela da Odebrecht. Diante do ministro iniciaram confirmando que seus depoimentos de abril, à Procuradoria-Geral da República, forma feitos de livre e espontânea vontade.
A bomba jogada hoje traz uma gravação de Michel Temer em um diálogo embaraçoso. Diante de Joesley, o presidente interino indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada, na prisão, para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.
Aécio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal (PF). A corporação rastreou o caminho do dinheiro; e descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG), o mesmo do obscuro caso dos 445 quilos de pasta base de cocaína encontrando pela PF em seu helicóptero, no estado do Espírito Santo, em 2014.
Joesley relatou também que Guido Mantega era o seu contato com o PT. Era com o ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma Rousseff que o dinheiro de propina era negociado para ser distribuído aos petistas e aliados. Mantega também operava os interesses da JBS no BNDES.
O executivo da JBS revelou também que pagou R$ 5 milhões para Eduardo Cunha quando esse já estava na cadeia. Esse valor referente a um saldo de propina que o peemedebista tinha com ele. Disse ainda que devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de frango.
As informações estão sendo divulgadas de forma exclusiva pelo jornal O Globo. Os políticos envolvidos ainda não se pronunciaram. A divulgação da notícia no site do periódico carioca causou tumulto no Congresso, e senadores e deputados correram para saber mais a respeito. Políticos de oposição ocupam agora os microfones protestando com gritos de “fora Temer” e “diretas já”.