Bom samaritano da Esperança cuida da Escola e das praças do bairro

“Seu Inácio é nosso anjo!”. A fala da vice-diretora da EMEI Esperança, Rivana Bühler demonstra como é a relação da comunidade escolar com o “vovô Inácio”. O senhor, de 66 anos, se dedica de forma voluntária e carinhosa a cuidar do pátio e das dependências da escola, de praças e ruas na Vila Esperança, no bairro Senai. Tanta dedicação vem tendo o reconhecimento dos moradores.

Seu Inácio mora na rua Guaíba. Ele é natural de Três Passoas, mas há mais de 40 anos reside em Montenegro. Aposentado do serviço público há sete anos, ele cuida da EMEI como se fosse a extensão de sua casa. “É muito gratificante. Amo demais a escola”, diz o morador.

A EMEF Esperança é cuidada como se fosse uma extensão da casa de Inácio

Inácio corta a grama, limpa o pátio, cuida da horta e do jardim, que ele mesmo plantou para surpreender as professoras. “Eu estava limpando o pátio, em uma manhã de sábado, e olhei para o canto vazio e pensei em fazer um jardim para as professoras”, conta o bom samaritano da Esperança. Reparos em geral e a retirada do lixo também fazem parte das “tarefas”. “O container fica no pátio da escola, nos dias de coleta eu coloco na rua e depois recolho de novo. Tudo que estiver estragado eu conserto”, afirma o carismático senhor.

Seu Inácio se emociona ao falar sobre a relação com as crianças e funcionários da escola. “Eles são como meus netos, é pelas crianças que faço isso. Meu neto, Enzo, também estuda lá. É por eles que faço”, explica ele com os olhos tomados pelas lágrimas. “Os pequenos não me chamam pelo meu nome, só me conhecem como vovô Inácio”, acrescenta.

Pago com a gratidão
Inácio faz o que faz pela satisfação em ajudar a comunidade onde vive. Ele não recebe dinheiro em troca de seu trabalho, o pagamento se dá através da gratidão de pessoas como Rochele Macagnan, diretora da EMEI Esperança, e da vice-diretora, Rivana.

“Seu Inácio é um ótimo parceiro, voluntário, que nós temos aqui na escola já há muitos anos. Ele auxilia todo mundo”, diz Rivana. “Temos uma horta dentro da escola que ele ajuda a organizar junto com as crianças. Só temos agradecimentos e carinho para seu Inácio”, completa. Como forma de expressar o carinho e gratidão, a escola deu o nome de Inácio para brinquedoteca inaugurada neste ano.

“Zelador” do bairro
A esposa já pediu para que ele fique sossegado em casa, mas Inácio não consegue seguir a recomendação da “patroa”. “Quando passo por uma rua e vejo que o capim está alto, vou em casa, pego a roçadeira e volto para limpar”, conta o aposentado. “Se tem um bueiro entupido ou alguma coisa estragada nas praças do bairro, eu arrumo.”

O cidadão lamenta ver tanto lixo jogado nas ruas e calçadas do bairro, e sonha em ver outros moradores colaborando com a limpeza.

Inácio lamenta a falta de cuidado de alguns moradores em relação ao lixo espalhado pelas ruas. “O pessoal não ajuda a manter limpo”, sublinha. Ele diz que não fica de braços cruzados esperando que serviço público execute tarefas que são de sua competência. “Eu mesmo faço, não adianta pedir, eles não vêm resolver. Já pedi várias vezes para taparem os buracos nas ruas e até hoje não apareceu ninguém. O que dá para fazer, eu faço”.

Dias atrás, Carlos Felipe da Silva, que trabalha em um condomínio na Vila Esperança, se surpreendeu ao ver Inácio desentupindo uma boca de lobo para evitar transtornos de alagamentos. A ação chamou a atenção e o fez contatar o Ibiá para que toda a comunidade ficasse ciente das atitudes do idoso que serve de exemplo. “Ele merece ser reconhecido pelo que faz pelo bairro”, conclui o porteiro.

Por onde passa, Inácio fica atento ao que precisa ser feito para melhorar o aspecto da via

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