MOTOCICLISMO. Jovem piloto esteve no Estúdio Ibiá no início desta semana
Um dos pilotos mais promissores do Estado, o jovem João Gabriel Wovst, o Bolachinha, de apenas 10 anos, participou do programa Estúdio Ibiá dessa segunda-feira, 22, e projetou a temporada 2024. Além dos desafios que estão por vir, o prodígio revelou a origem de seu apelido, passou a limpo o último ano e falou sobre seu grande sonho no motociclismo.
A paixão pelo esporte, que vem de família, iniciou antes de Bolachinha completar quatro anos de idade. Inclusive, uma moto foi o seu presente de quatro anos. Mas ela veio dois meses antes da data. “Não me aguentei e dei o presente antes do aniversário, estava mais ansioso que ele. Logo que ele aprendeu a andar de bicicleta sem rodinhas, já comprei a moto”, afirma o pai, Rafael Wovst.
O pai é o principal incentivador de João Gabriel. Apaixonado pelo motociclismo, Rafael tinha o sonho de competir e ser campeão, mas isso não foi possível. “Me machucava muito, não tinha muita técnica, era ‘meio louco’. Meu tio andava, e eu sempre o acompanhava, ia junto nas corridas, daí veio o interesse. Agora, tento fazer de tudo para que ele (Bolachinha) tenha sucesso no esporte”, declara Rafael.
Com experiência nas competições estaduais e até nacionais de Veloterra e motocross, Bolachinha admite que ainda sente um frio na barriga durante as corridas, especialmente na largada. “Dá um nervosismo, até a primeira curva. Depois acostuma. Quando eu salto, a sensação é diferente, muito boa. No início sentia um pouquinho de medo, mas depois que acostuma fica mais tranquilo”, frisa.
Um dos destaques de sua categoria, Bolachinha já é bastante conhecido no Estado. Não só pelo desempenho nas pistas, mas também pelo seu apelido. No Estúdio Ibiá, ele revelou a origem do apelido. “Quando eu era menor, na creche, meu avô chegou lá um dia com um pacote de bolacha. Aí pedi: vô, me dá uma ‘boiachinha’. Aí, os colegas maiores que eu ouviram e começaram a me chamar assim. E o apelido pegou”, recorda.
Os treinos fazem parte da rotina de um vencedor. E não é diferente para Bolachinha. “Fui aprendendo aos poucos, meu pai me ensina muito. Tem que treinar bastante. Normalmente, treino duas vezes por semana”, pontua o jovem piloto. “Pista de motocross, que é com salto, não tem aqui em Montenegro. Aí vamos a Colinas, Lajeado, Novo Hamburgo, Sapiranga… tem que estar sempre procurando uma pista para treinar”, complementa o pai.
Campeão do Gaúcho de motocross e de velocross, além do Sul-Brasileiro na última temporada, João Gabriel também se destaca na escola. “Ele vai bem, não dá para reclamar. Sempre acompanho as notas dele. É um menino sapeca, mas presta atenção nas aulas”, exalta Rafael.
Foco no MotoCross e o grande sonho
Para esta temporada, a família Wovst vai focar suas atenções nas disputas de motocross. O Campeonato Brasileiro, o Gaúcho e a Arena Cross são os principais desafios para 2024. Além disso, o Super Cross, que é uma competição de mais saltos, será outro teste para o piloto. “Se Deus quiser, vou ganhar todos”, projeta Bolachinha.
A participação do montenegrino na competição nacional, que ocorre em várias etapas em diferentes estados brasileiros (SP, SC, PR, MT…), só será possível graças ao auxílio da Prefeitura, garante o pai. “Este ano entrou um valor de R$ 5 mil do Município. Nos ajudou bastante. Não iríamos para o Brasileiro, agora vamos. Temos vários apoios, mas patrocínio em dinheiro, um só”, salienta.
Apaixonado pelo motociclismo, o jovem também é fã da adrenalina que o esporte proporciona. Por isso, prefere as provas de motocross em relação ao velocross. “As pistas de motocross têm mais saltos, enquanto no velocross é só retas e curvas”, explica.
No Estúdio Ibiá, Bolachinha também revelou seu grande sonho no motociclismo. “Quero ser campeão mundial de motocross. Vou treinar bastante, pois uma hora vai chegar o momento”, ambiciona.
Fiel escudeiro de Bolachinha, o pai Rafael não esconde o nervosismo durante as provas do filho e fará de tudo para tornar o sonho de João Gabriel realidade. “O nervosismo pega, ainda mais quando tem uma pista muito grande, onde ele se some e a gente não enxerga, é uma agonia. É um esporte de risco”, diz.
“Ele vai ter que treinar muito para chegar lá (Mundial). Nossa ideia é que ele consiga ganhar o Brasileiro, para aí sim correr nos Estados Unidos, se destacar lá. Aí terá patrocínios. Lá (nos EUA) o pessoal valoriza mais o esporte. Não tem necessidade de ganhar o Brasileiro para disputar o Mundial lá. É mais a questão financeira. Vai ter que se classificar lá nas provas, são mais de mil crianças e várias classificatórias”, completa Rafael.