Boato desmentido: caixas de leite não foram descartadas em lixão

Material foi entregue na Ecocitrus, que tem autorização para receber o produto

Na manhã de ontem a notícia de que um caminhão estaria despejando uma carga de caixas de leite contaminado em um lixão da cidade deixou muita gente assustada. O relato circulou pelas redes sociais e chegou por um aplicativo de mensagens. No áudio, o alerta: “Estão descarregando seis carretas, hoje, aqui num lixão de Montenegro. Por contaminação”. Esta informação é falsa.

As embalagens estavam sendo descartadas na Usina de compostagem da Ecocitrus, local onde se dá o destino adequado ao material. O vice-presidente da Ecocitrus e gerente de Relações Institucionais, Ernesto Carlos Kasper, confirma que o material foi entregue no local. “Esta é uma falsa notícia de que tem leite estragado no mercado”, afirma ele.

Segundo Kasper, a empresa (que produz o leite) informou que houve falha de armazenamento do produto nas prateleiras, fazendo com que as caixas caíssem e as embalagens fossem amassadas. “Assim, elas não poderiam ir para o consumidor final e a empresa precisou dar o destino correto para estas embalagens, que é a Usina de Compostagem da Ecocitrus”, explica.

Ainda ontem, a Latvida, empresa que entregou o material, se pronunciou em sua página em uma rede social. “Tivemos um triste incidente na manhã do dia 25 aqui na empresa: durante uma operação de estocagem do leite produzido, a estrutura onde o produto é armazenado cedeu, danificando as embalagens de leite UHT dispostas em aproximadamente 350 pallets, quase 400 mil litros de leite.”

A nota ainda destaca que as embalagens danificadas foram enviadas para uma empresa credenciada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para receber este tipo de material e descartá-lo, conforme estabelece a lei.

“Em função de boatos sem nenhum fundamento, com imagens de um descarte de leite e áudio acusando de contaminação, achamos por bem fazer este esclarecimento público. Nossa preocupação é restabelecer o funcionamento normal o mais breve possível e estamos à disposição em todos nossos canais para qualquer esclarecimento”, completa a nota da empresa que produz o leite.

A indústria registrou um boletim de ocorrência, na delegacia de Polícia Civil de Estrela, pedindo que o responsável pela divulgação do áudio se retrate do ocorrido e fique à disposição dos órgãos competentes para mais informações.

Em uma nova mensagem, dessa vez em vídeo, o homem que espalhou a informação chamou de “infantilidade” sua atitude de publicar o áudio nas redes sociais. “É mentira. O leite é de boa qualidade. O acontecido foi que uma galeria que caiu ‘lá’ e o leite teve que ser descartado, por procedimentos corretos da empresa. Foi uma brincadeira que fui tentar fazer e no fim acabei prejudicando a empresa. Peço mil desculpas à empresa pela atitude errada. Não queria prejudicar ninguém”, diz o homem.

Como funciona a produção de Biogás e composto
Em 2012 a Ecocitrus iniciou a operação da planta-piloto de biometano, localizada junto à Usina de Compostagem, por meio do Consórcio Verde Brasil, uma união entre as empresas Ecocitrus e Naturovos para a geração de um gás inteiramente natural e renovável, o GNVerde.

Mensalmente, a Ecocitrus produz 12 mil toneladas de resíduos sólidos Classe II, através de biodegradação e biodigestão anaeróbica foto: Ecocitrus

A usina de compostagem de resíduos agroindustriais está localizada em Passo da Serra, também em Montenegro. Esta foi criada em 1995 para garantir o suprimento de adubo orgânico para os primeiros associados. A usina também beneficia várias empresas da região, ao resolver o problema de destinação e tratamento dos seus resíduos agroindustriais, material que é utilizado como matéria-prima no processo de compostagem.

Segundo a responsável técnica da Usina de Compostagem e Biogás, Adriana Kleinschmitt, a Ecocitrus trata resíduos orgânicos industriais classe II-A, materiais que podem ser transformados em adubo orgânico e Biogás. “O resíduo de leite será desenvasado e tratado nos biodigestores e irá produzir biogás e adubo orgânico. As embalagens serão destinadas para aterro sanitário devidamente licenciado”, explica.

Segundo Adriana, os resíduos orgânicos podem ser processados através da técnica da compostagem (processo aeróbico) que ao final do processo de decomposição irá gerar um adubo orgânico sólido que é utilizado na adubação de solo ou, os resíduos são processados em biodigestores (processo anaeróbico) onde ocorre a geração de Biogás que é utilizado para gerar energia elétrica e GNV. O lodo resultante deste tratamento é um adubo orgânico pastoso que pode ser aplicado diretamente no solo ou desidratado e formar o adubo orgânico sólido.

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