Até segunda-feira, dia 16, o inquérito sobre a morte de Thaiane de Oliveira de 29 anos deverá ser encaminhado pela Polícia Civil para o Judiciário indiciando o marido da vítima, um policial militar, por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. A informação foi dada na manhã de hoje pelo responsável pela investigação do caso, delegado Rodrigo Zucco, em entrevista coletiva realizada em São Leopoldo. O crime ocorreu na madrugada de 24 de julho, em Capela de Santana, quando o indiciado acordou e viu um vulto dentro de casa. Após interpelá-lo e não receber resposta, ele atirou. O vulto era sua companheira que, atingida no peito, não resistiu ao ferimento.
Para Zucco, houve imperícia e imprudência por parte do policial. Em um depoimento que durou quatro horas, o indiciado disse que verificou se era a esposa quem estava caminhando na casa, mas não teve resposta. Assim, ele disparou quando viu um vulto se aproximando. Como não houve resposta ao seu chamado, o militar disse que acreditou que a sua esposa continuava deitada na cama. Sobre os questionamentos levantados por familiares e amigos da vítima de que o crime poderia ter sido causado por ciúmes, o delegado afirma que durante as investigações não foi observado nada nessa linha.
Inclusive, não havia em redes sociais ou no celular de Thaiane conversas indicando que eles tivessem alguma briga ou que havia alguma separação a ocorrer. Tal fato reforça a tese do delegado de que houve um homicídio sem intenção.
Caso seja declarado culpado, o indiciado pode pegar de dois a quatro anos de prisão. Para Zucco, por o policial ser réu primário e pelo fato de haver a hipótese de que qualquer pessoa na mesma situação reagiria da mesma forma, há a possibilidade de ele ser inocentado. Além do processo da Justiça, o policial também será julgado pelo Tribunal Militar, num inquérito que não passa pela Polícia Civil.