MORADOR do município preside a Comissão dos 200 anos da Imigração Alemã
Em 2024 é celebrado o Bicentenário da Imigração Alemã, com destaque para o dia 25 de julho, marcando a chegada dos primeiros imigrantes de língua alemã a São Leopoldo, em 1824. A partir daí, o Rio Grande do Sul e o Brasil receberam numerosas levas de imigrantes que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do Estado e do País. A Comissão do Bicentenário da Imigração Alemã, presidida por Rafael Koerig Gessinger, morador de Montenegro, desempenha um papel central na organização e coordenação das comemorações.
A Comissão, sob a liderança de Gessinger, tem promovido e apoiado iniciativas e eventos. “A enchente foi um golpe brutal, mas aos poucos estamos nos reerguendo. O Bicentenário está ressignificado. A história dos imigrantes e de seus descendentes é uma história de superação, fé e trabalho”, afirma Gessinger. No site oficial (www.bicentenarioalemao.rs.gov.br), é possível encontrar a programação detalhada, organizada por onze subcomissões temáticas que abrangem desde ciência a direitos humanos, exposições, desenvolvimento econômico, língua alemã, religiosidade, história e turismo. A Comissão também atua na integração dos municípios gaúchos e na comunicação com autoridades estrangeiras dos países de língua alemã.
Até 31 de dezembro, estão previstas diversas ações em dezenas de municípios e entidades. Exemplos incluem exposições de arte, fotografias antigas e objetos em Porto Alegre, Novo Hamburgo e Santa Cruz do Sul; jogos germânicos e uma rústica do Bicentenário em Nova Petrópolis; seminários de historiadores em São Leopoldo; encontro de corais em Maratá; mostra de cinema alemão em Taquara e Santa Maria; inaugurações de monumentos em vários municípios; lançamentos de livros; festivais de dança e música em Igrejinha e outros municípios; e concertos da OSPA pelo interior. Montenegro receberá os músicos da orquestra em data ainda a ser definida.
Importância da Comissão
Para Gessinger, a formação da Comissão é fundamental para potencializar o trabalho existente e mobilizar entidades. “A Comissão é oficial porque foi estabelecida por Decreto do Governador do Estado, que cumpriu o mandamento constitucional de respeitar e proteger a memória e a cultura dos grupos que formaram o Rio Grande do Sul. E as pessoas de fala alemã são um grupo importante na formação do Estado e do Brasil”, explica. A oficialidade da Comissão e sua logomarca proporcionam respaldo do poder público às iniciativas, reforçando a relevância histórica e cultural da celebração.
Gessinger, professor e advogado, atualmente também é subsecretário de justiça da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado. Foi durante o exercício da função que surgiu o convite para presidir a Comissão do Bicentenário. “Depois de uma conversa com o Cônsul da Alemanha, fui à Secretaria de Cultura para ajudar a colocar a Comissão em funcionamento. Algumas reuniões preliminares foram feitas e fui indicado pelos colegas e designado pela Secretária de Cultura para presidir a Comissão”, relata.
Natural de São Leopoldo, sua ligação com a cultura alemã é profunda, originada na família, escolas e amigos. “Durante a faculdade, investi no estudo da língua alemã. Depois, pude morar na Alemanha, no estágio do meu doutorado em filosofia medieval”, compartilha. Ele também conta que é um entusiasta da música e literatura alemãs, admirando autores como Hermann Hesse e compositores como Bach, Haydn, Mozart e Beethoven.
Para Gessinger, estar à frente da Comissão é motivo de orgulho, por poder colaborar com uma celebração tão importante. “Os protagonistas são as pessoas e as entidades. No meu papel, encaro a missão com muita responsabilidade e empenho. Sou muito grato pela oportunidade de servir ao povo gaúcho, que foi forjado em boa medida pela imigração alemã”, conclui.