Beije muiiiito

Um selinho? Beijo apaixonado? Na bochecha? De esquimó? Rápido, no meio da balada? Ou aquele digno de cinema? Não importa qual for o tipo, é em abril – no dia 13 – que se comemora o Dia do Beijo. Momento propício para se falar de amor e de todas as mudanças que ele gera na vida das pessoas.

Foto: May Lima

O coração bate mais forte. As mãos ficam úmidas. Há ansiedade no ar. Talvez seja adrenalina. Não existe fórmula na ciência do amor, mas o certo é que sentimentos como paixão ou desejo têm o poder de mexer com qualquer um. Beijar alguém, mesmo que essa pessoa não seja o “amor da sua vida” é garantia para um turbilhão de emoções.

Mas é bom lembrar que o beijo nada mais é que um símbolo de vínculo, de afeto e de carinho entre os envolvidos. Na essência, ele nada tem de sexual. É um encontro entre bocas apaixonadas, desejosas entre si, por uma fatia de tempo, que pode durar instantes ou se estender por décadas. É algo tão curioso que já há algum tempo chamou a atenção da ciência.

Uma pesquisa realizada pelo neurocientista Wendy Hill, do Lafayette College, nos Estados Unidos, buscou entender a mudança que o beijo causa no cérebro e que fornece a sensação de bem-estar. Descobriu que o encontro dos lábios aumenta a produção de ocitocina, aquele hormônio que também surge quando um bebê é aleitado e instiga vínculos dele e sua mãe. Quer maior gerador de afeto? Outras teorias creditam o “bem-estar” do beijo ao fato da boca ser o principal meio de comunicação interpessoal, tornando o contato entre os lábios uma natural forma de demonstrar afeto. Acredita-se que o beijo tenha o poder de aplacar o estresse e libere endorfinas responsáveis pela sensação de tranquilidade.

Psicologicamente falando…
A psicologia também já se debruçou sobre o beijo. Pensar sobre o que o beijo representa nas relações conjugais e

Foto: May Lima

sociais, é uma interessante reflexão, destaca a psicóloga Nádia Fadel. Algo que nunca paramos para pensar, por ser um gesto tão simples, mas que na verdade tem uma função primordial na vida das pessoas. Beijar, na testa, na bochecha, na mão ou no rosto são comportamentos culturais, que podem significar carinho, respeito, amor, agradecimento, saudação, intimidade, paz, desculpas e etc. “Tudo vai depender do tipo de relação estabelecida entre as pessoas e do significado que o gesto é atribuído à pessoa que beija, pois o beijo determina o mundo interior das pessoas”, diz.

Citando a letra da música “Beija eu”, de Marisa Monte, Nádia fala do beijo e das sensações que este provoca no corpo e na relação, causando um misto de prazer, entrega, desejo e amor, onde há uma fusão do eu com o outro. “O beijo na boca representa um momento íntimo de confiança e proximidade, onde se manifesta o desejo de aproximação do outro”, diz. Quem não se lembra de seu primeiro beijo? Memórias agradáveis e vibrantes, num misto de euforia e prazer. “A maneira de beijar pode determinar o quanto nos envolvemos com o outro na continuidade ou não de uma relação, o quanto nos conectamos e deixamos nos envolver em ardentes e intensos beijos”, destaca Nádia. Um beijo não é somente um beijo, há muitas sensações, sentimentos e significados envolvidos neste gesto que parece tão sem importância, mas que na verdade tem uma grande significado nas relações.

Foto: May Lima

Um beijo roubado… e lá se vão sete anos
Kely Thais dos Santos, 24 anos, e Tobias Guilherme da Silveira Führ, de 27, se conheceram na escola São João Batista. Ele era do 3º ano, ela do 1º. Apesar de fazerem a educação física juntos, nunca se falavam, até que ele se formou e mais distante ainda ficaram.

Um dia, enquanto Kely caminhava com uma amiga, o viu. “Eu disse pra ela ‘ainda vou ficar com esse guri’. Aí o destino começou a agir por conta”, brinca Kely. Também por essa época ela começou a sair um pouco mais e, quando perceberam, eles estavam no mesmo círculo de amigos. Mas o beijo demorou, e muito. “Porque eu sabia que se eu ficasse com ele ia ser pra sempre”, diz Kely, que na época tinha 18 anos.

Até que chegou o dia 3 de março de 2011, a data do primeiro beijo. Eles costumavam sair em turma e, ao final da noite, Tobias deixava os amigos nas respectivas casas. Kely era – estrategicamente – a última a receber a carona. Numa desculpa típica dos enamorados para ficar mais algum tempo a sós. Tobias conta que foi um beijo “meio roubado”, apesar de estar para acontecer já há algum tempo. “Porque antes nós éramos amigos mesmo. Foi um beijo roubado. E logo depois ela saiu correndo do carro”, recorda Tobias, achando graça da situação.

Foto: May Lima

De lá para cá, muita coisa aconteceu e as recordações se acumulam. Ela se lembra de uma meiga. “Na praia…a primeira vez que ele me chamou de ‘mor’”, conta. Em setembro eles completam três anos morando juntos. Algo que eles consideram ter sido natural. Após um período em que ele morou em Porto Alegre devido a compromissos profissionais enquanto ela seguia em Montenegro, eles queriam mesmo era ficar juntos. “Eu vinha só nos finais de semana. Era difícil”, ele conta.

Com ela indo estudar em Canoas, pela facilidade do transporte, escolheram São Leopoldo como o primeiro lar de casados. Realizaram uma união estável, com direito a chá de panela e tudo o mais e foram viver no próprio lar. Depois retornaram para Montenegro, onde se dizem bem melhor adaptados. “As oportunidades foram aparecendo e as coisas foram acontecendo”, relata Kely. “Só falta casar na igreja e oficializar”, complementa Tobias, garantindo que essa tradição também está nos planos.

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