Baixa adesão cancela manifestação do CPERS

Parcelamento. Objetivo era realizar uma passeata no Centro de Montenegro, mas apenas 30 pessoas compareceram

Marcada para as 9h30min de ontem, a caminhada em apoio à situação dos servidores públicos estaduais não aconteceu devido ao baixo comparecimento dos convidados. Com organização do 5º Núcleo do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS), a manifestação sairia da sede do Sindicato, na Rua João Pessoa, pegaria a Rua Ramiro Barcelos e seguiria até o Banrisul. Foram convidados servidores estaduais de todas as categorias, alunos e população em geral. Apenas cerca de 30 pessoas compareceram.

Professora aposentada por invalidez, Janice Prado foi uma das presentes. Ela chegou na hora marcada para reivindicar seus direitos diante da atual situação dos servidores. “A gente ficava tão feliz no dia de receber. Hoje a gente fica triste. Eu choro. Estamos chegando num ponto em que temos que ir cortando telefone, ir cortando internet, que são coisas que a gente precisa”, desabafa. Ela aponta que o Banrisul não leva em conta o não pagamento dos salários para cobrar os juros. “Acaba que tu recebe uma parcela dessas e sobra 25, 30 pila para a gente. E as contas para pagar? É muito triste.”
Com o tempo chuvoso, os professores que compareceram transpareciam indignação com os colegas que não aderiram a greve. Muitos estariam com medo do desconto de horas e, por isso, não se juntaram ao movimento. Outros, entraram em greve, mas não apareceram para a caminhada. Conforme a agenda, na parte da tarde, membros do CPERS realizaram visitas em escolas para conversar com os colegas e entender suas razões.

Aluna do 2º ano da Escola Dr. Paulo Ribeiro Campos, Emily Flores estava na concentração para a manifestação. Com 17 anos, ela é filha de uma funcionária da instituição que está com o salário parcelado e entende a importância do apoio dos estudantes à causa. “Não adianta só os professores batalharem. A situação afeta a gente também. É aquele ditado: juntos, somos mais!” Em sua casa, o pai, que não é servidor do Estado, mantém as finanças da família em dia.

Perto das 11h, uma representante da diretoria do Sindicato, após aguardar por mais participantes, reuniu todos para discutir a questão. Optou-se pelo cancelamento. Nessa reunião, os presentes aproveitaram para discutir alguns pontos da sobre os parcelamentos e os direitos dos professores. Reforçou-se também a importância da valorização da classe. Dos salários de agosto, até ontem, foram pagos aos educadores R$ 800,00, em três parcelas. A previsão do Estado é de que, até amanhã (13) toda a folha de pagamento esteja quitada.

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