Vai até o dia 2 de julho o prazo para requerer o Auxílio Emergencial de R$ 600,00, pago pelo governo federal a trabalhadores que ficaram sem renda devido à pandemia do novo coronavírus. Até agora, 1.358 montenegrinos receberam R$ 891.600,00 referentes à primeira das três parcelas confirmadas pela União. Os pagamentos ocorreram em maio e podem ser conferidos no Portal da Transparência, que inclusive traz uma lista com os nomes de todos os beneficiários. Mães de família têm direito a R$ 1.200,00 mensais. Muitas pessoas já receberam o segundo depósito, mas as informações ainda não estão disponíveis.
O benefício é destinado a trabalhadores autônomos e informais, microempreendedores individuais e gente que ficou desempregada por causa da retração econômica resultante da pandemia. Visa, basicamente, suprir as necessidades básicas de alimentação. O Ministério da Economia já anunciou que devem ser liberados mais dois benefícios depois que a primeira leva for paga. No entanto, os valores serão menores, provavelmente R$ 300,00 em cada uma.
A diarista Silvana de Oliveira (o nome foi trocado para evitar a identificação) está sem trabalho desde março. Ela faz faxinas e, como a maioria das pessoas ficou em casa nos últimos meses, os “patrões” dispensaram seus serviços desde que o coronavírus se tornou uma ameaça no país. “Eu entendo eles. Se tão em casa, eles mesmos limpam”, observa. Silvana recebeu um pequeno adiantamento de um dos “empregadores”, mas como faturava em torno de R$ 300,00 por semana e agora junta menos da metade, a crise chegou à geladeira. “Esse auxílio veio em boa hora. Sem ele, minha filha, de seis anos, e eu provavelmente passaríamos fome”, relata.
No comércio, a maior parte dos valores repassados pelo governo federal termina no caixa dos supermercados e das farmácias. Sem comida e sem remédios, as pessoas não vivem. César Augusto Hoerlle, do supermercado Bruvini, acredita que, quando a primeira parcela foi liberada, a maioria dos beneficiários realmente usou o dinheiro para adquirir alimentos. Embora algumas pessoas considerem o valor de R$ 600,00 insuficiente, ele explica que, com esse dinheiro, é possível fazer um “bom rancho” com produtos como arroz, feijão, farinha, massa, café, leite, açúcar e outros itens de primeira necessidade. “Se não fosse esse auxílio, muita gente não teria o que comer”, sustenta.
Proprietário da Farmapop, o empresário Marco Marcadella entende que a ajuda do governo federal é fundamental. Segundo ele, é difícil saber se o dinheiro está chegando diretamente ao setor, mas como muitos de seus clientes são de baixa renda, observa que todas as empresas são beneficiadas indiretamente. Com os supermercados vendendo, seus funcionários conseguem ajudar a manter a roda da economia girando, inclusive, no ramo de medicamentos. Marcadella, porém, é radical ao defender maior fiscalização sobre a concessão dos benefícios. “Só deve receber quem realmente precisa. Os outros deveriam ser obrigados a devolver e ainda receber uma punição”, propõe.
Montenegro recebe maior fatia
Por ter a maior população, Montenegro é a cidade que recebeu a maior fatia dos recursos destinados à região na primeira parcela do auxílio emergencial. São 1.358 beneficiários e o repasse somou R$ 891.600,00, que representam praticamente a metade dos valores liberados na área de cobertura do Jornal Ibiá. Na sequência, aparecem Triunfo e São Sebastião do Caí. Já na outra ponta da tabela, estão Maratá e São José do Sul que, somadas, tiveram 83 benefícios concedidos, totalizando R$ 50.000,00.
Em todo o país, ainda existem milhares de pedidos aguardando avaliação. Contudo, já é possível dizer que as três parcelas prometidas inicialmente pelo governo federal deixarão em Montenegro em torno de R$ 3 milhões. No site da Transparência, qualquer cidadão pode consultar a lista dos beneficiários e os valores, por cidade. O objetivo é que a própria população identifique casos de pessoas que receberam o auxílio mas não se enquadram nos pré-requisitos estabelecidos para o programa. O endereço é www.portaltransparencia/beneficios/auxilioemergencial.
Quem pode receber
Para ter direito ao benefício, é preciso cumprir, ao mesmo tempo, os seguintes requisitos:
– ter mais de 18 anos;
– estar desempregado ou exercer atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual da Previdência Social, trabalhador informal.
– pertencer a família cuja renda mensal por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo (R$ 522,50), ou cuja renda familiar total seja de até três salários mínimos (R$ 3.135,00).
* Para fazer o requerimento do auxílio emergencial, é preciso procurar as agências da Caixa Econômica Federal, acessar o site do banco ou baixar o aplicativo para celular Caixa Tem, disponível para sistemas Android e IOS.