Rede estadual. Há carência em Língua Portuguesa e Inglesa, Ciências, Matemática, História, Artes e séries iniciais
O início do ano letivo na rede estadual de ensino ocorreu com falta de professores e bibliotecas fechada em algumas escolas. As aulas recomeçaram ontem para a maioria das instituições em Montenegro.
Para as bibliotecas, as direções das escolas afirmam que a orientação da secretaria estadual de Educação é de que os professores que atuavam nesse setor retornem para as salas de aula. Por isso, o atendimento foi suspenso ou ocorre de forma precária.
Na Escola Estadual Delfina Dias Ferraz, a diretora Janaira Flores de Andrade afirma que faltam dois professores, um para Língua Portuguesa e outro para Ciências. Além dessa carência, ela lamenta também que a biblioteca ficará fechada. Até o ano passado, o setor era aberto pela manhã e à noite, com um professor em cada turno.
Na Escola Adelaide Sá Britto, falta um professor para o 1º ano do currículo de atividades, e outro para História. A diretora, Rosana Alves, acrescenta que, em relação à biblioteca, não houve mudanças porque o setor já está fechado há alguns anos. Ela disse que o atendimento vem sendo realizado de forma precária, com revezamento de acordo com a disponibilidade de algum professor.
No Colégio Januário Corrêa, a supervisora Melissa Gallas afirma que falta professor para o 5º ano das séries iniciais, no turno da tarde, e outro para Artes. A biblioteca terá funcionamento parcial, ficando fechada à tarde e, pela manhã, será mantido por uma professora, que tem 40 horas/aula e trabalha com uma turma das séries iniciais à tarde.
No Colégio Jorge Guilherme Moojen, a vice-diretora Maria Adelita Vargas afirma que o quadro de professores está quase completo, mas faltam cinco horas/aula de Língua Portuguesa e outras cinco para Matemática. Sobre o atendimento na biblioteca, será deficitário. “Os professores vão descer com os alunos nas aulas de Língua Portuguesa, escolher os livros e levar para casa”, resume. “Não é o suficiente, mas, no momento, é o que podemos oferecer”, complementa.
Localizada em Santos Reis, a Escola Osvaldo Brochier é mais uma que enfrenta problema com falta de professor. A diretora Débora Cristiane Pohren Batista afirma que há carência de educador para Língua Inglesa. Ela esclarece, no entanto, que ainda não concluiu o levantamento para verificar se há necessidades em outras disciplinas. Sobre a biblioteca, a diretora observa que o setor era atendido por uma professora de Língua Portuguesa, mas agora o serviço dependerá de cada professor, que levará a turma até a biblioteca.
Na Escola Estadual Aurélio Porto, a vice-diretora Denise Dias Mattei afirma que o quadro de professores está completo, mas a biblioteca está fechada. “Dificulta a alfabetização, o incentivo à leitura”, avalia Denise.
No Colégio Ivo Bühler, o Ciep, o quadro de professores também está completo, mas a escola precisa de um monitor para acompanhamento de um aluno especial, conforme a vice-diretora Roberta Pereira Reis. Sobre a biblioteca, ela afirma que ficará fechada. Até o ano passado, o setor ficava aberto um turno. “Eu atendia à tarde na biblioteca”, afirma. Neste ano, porém, ficará na supervisão escolar e, conforme disponibilidade de tempo, auxiliará os professores que precisarem da biblioteca para amenizar a carência de bibliotecário.
Seduc aguarda solicitação de contratações
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) afirma que ainda não recebeu solicitação de professores pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para a região de Montenegro. E, quando houver, serão chamados professores mediante edital de contratação emergencial.
“Sobre a Biblioteca, o que a Seduc orientou é que os professores não podem fazer as 40 horas dentro da biblioteca. Devem fazer metade em regência em sala de aula, pois a prioridade é a aula, sendo assim as horas integrais na biblioteca somente quando não houver necessidade do professor em sala de aula”, acrescenta.
Recepção aos estudantes na volta às aulas
A segunda-feira, 26, iniciou animada para as crianças e jovens da rede municipal e estadual de ensino. Foi um dia de recomeço em diversas instituições, entre elas as escolas estadual Técnica São João Batista e Delfina Dias Ferraz e escola municipal Cinco de Maio, com atividades diferenciadas para recepcionar os alunos.
No colégio São João, teve música e um período disponibilizado aos alunos para integração. Estudantes do 2º ano do Ensino Médio, Gabriela Oliveira e Vitória Trevisan, ambas de 16 anos, relatam que estavam ansiosas para o retorno das aulas. “Não aguentava mais ficar em casa”, destaca Gabriela. “E esperamos, sinceramente, que os professores sejam mais pacientes em 2018”, complementa Vitória.
Diretora da escola São João, Valéria Rodrigues afirma que a instituição tem aproximadamente 1,2 mil alunos matriculados e está com a capacidade lotada. Para 2018, a gestora acredita que será um ano complexo, de mais desafios,para quem atua na área educação. “Também estamos preocupados com a perda de projetos importantes na instituição, como a biblioteca. Com a Secretaria Estadual da Educação fechando todos esses espaços nas escolas, com professores realocados para as salas de aula, teremos uma perda irrecuperável. Durante cinco anos trabalhamos revitalizando a biblioteca, investindo e desenvolvendo as atividades conjuntamente com os alunos”, lamenta. O espaço era aberto à comunidade.
Palestras e conversas para integração
Na Escola Municipal Cinco de Maio, uma palestra nos turnos da manhã e tarde para recepcionar os pais e alunos foi realizada. À tarde, a atividade apenas foi adaptada aos estudantes mais novos. A nova equipe diretiva também foi apresentada durante a abertura do ano letivo na instituição.
De acordo com a vice-diretora Cristina Pires, os alunos tiveram a oportunidade de ouvirem do pastor palestrante a importância do estudo para o futuro. Entre as abordagens do orador, ela destaca a diferença entre responsabilidades e privilégios dos estudantes.
Com a mochila logo cedo pela manhã, apressando a mãe, a aluna do terceiro ano da Cinco de Maio, Mariana Silva Souza, 8 anos, ressalta que adora o momento de início das aulas para reencontrar amigos e fazer novas amizades. “E estudar faz bem para a cabeça. Nas férias, eu já havia dito para a minha mãe que estava com saudades da escola”, diz.
Diretora do colégio, Taciana de Azevedo Nunes conta um pouco dos projetos educativos que serão desenvolvidos com os alunos durante o ano letivo de 2018. “Um é o Movimento e ação em nosso território: conhecer para pertencer. Ele tem como foco de desenvolvimento alguns locais de Montenegro, como a Estação da Cultura. E o projeto Aluno Nota 10, no qual os estudantes com melhores notas são premiados, terá continuidade”, diz.
Na Escola Estadual Delfina Dias Ferraz, o diretor João Antonio Moreira destaca a boa estrutura para receber os alunos e a expectativa para o funcionamento do Ensino Médio na instituição. O processo de implantação está concluído, de acordo com o gestor, faltando apenas a autorização da Secretaria de Educação. As aulas no colégio iniciaram normalmente ontem, com período de conversa para adaptação dos jovens.
Cursando o 8º ano, Ianael Santos, 17 anos, espera muitas novidades, passeios e, principalmente, que o laboratório de ciências abra suas portas. “E que os projetos, como Grêmio Estudantil, Tribos Voluntárias, continuem. Eu procuro fazer minha parte, principalmente nos primeiros dias, ajudando e enturmando quem é novo. Gosto do momento para novas amizades e rever os amigos”, conclui o jovem.