Aula sobre liberdade e tolerância

Foram dois dias de apresentações, antecedidos por semanas de pesquisa, conversa e ensaios. Uma jornada que transformou o Projeto de Linguagens 2018 do Colégio Estadual Dr. Paulo Ribeiro Campos – Polivalente – em um marco na formação do caráter destes estudantes do Ensino Médio. Ao entender um pouco sobre o que representa uma ditadura, sua primeira lição foi que nos “anos de chumbo” do Brasil esse projeto não poderia sequer ser pensado.

Florêncio Castilhos foi ouvido em silêncio absoluto

A oitava edição trouxe o tema “Bota fora repressão, metáfora na canção!”, onde o trabalho interdisciplinar reuniu Ciências Humanas, com a matéria de História; e Linguagens, formada por Língua Portuguesa, Inglês e Literatura. O diretor Luis Carlos Hummes explicou que o tema foi sugerido pelos professores, ao observar a perturbação dos alunos quanto ao tema e o período político da nação.

Um clima nacional de discussões exacerbadas envolvendo intolerância e Poder, combinado com ordem pela força, que se intensifica com a aproximação das Eleições de outubro. A coordenadora da área de Linguagens, professora Lara Lampert, destaca a necessidade de falar com os jovens a respeito de como foi o cerceamento à liberdade em geral durante o período da ditadura no Brasil. E para tanto, a forma de expressão escolhida foi a música, dança e o teatro.

Guitar Band, da Fundarte, abriu o evento neste sábado

Ela analisa que o momento no país é um bom motivo para o tema voltar ao cerne do debate. “Uma parcela da população está se tornando intolerante”, comentou. Lara ressalta que aos alunos está se propondo o caminho oposto, com Paz e segurança. Os 13 projetos de 2018 foram apresentados na noite de sexta-feira e manhã de sábado, nos quais os estudantes revelaram dedicação e talento.

O sábado foi aberto com a apresentação da Guitar Band, da Fundarte. Em seguida, o radialista Florêncio Castilhos foi entrevistado pela professora Lara a respeito do período dos governos militares. O montenegrino se emocionou algumas vezes ao falar daqueles dias e dos amigos que se foram sem mais se ter satisfações. Florêncio também revelou aos jovens que, quando era estudante universitário, foi preso e sofreu tortura que lhe deixou cicatrizes.

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