EDUCAÇÃO. Duas de Ensino Médio que não têm previsão de nomeações
Na semana passada o Ibiá publicou reportagem a respeito da falta de professores em escolas da Rede Estadual em Montenegro; e hoje o tema é abordado em nível das cidades de cobertura. Considerando que há uma instituição deste sistema em cada cidade, é correto dizer que 50% da rede entre Pareci Novo, Maratá, Brochier e São José do Sul tem déficit em seu quadro.
A primeira instituição é a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) São Francisco de Assis, em Pareci Novo. A Vice-diretora, Rochele Cristine de Moraes Marques, relata necessidade de professor de Língua Inglesa, carga horária de 8 horas; e Orientação Educacional, 40h. No quadro de funcionários de apoio falta Merendeira, de 40h; e Secretária, 40h.
“Já temos os pedidos aprovados para orientação, merendeira e secretária. Mas os profissionais ainda não chegaram na escola”, informa a vice. Rochele inclusive acredita que estes virão em contrato Emergencial, mas, em princípio, não há mais informações vindas da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), com sede em São Leopoldo.
A situação se repete na EEEM Erni Oscar Fauth, em Brochier, onde faltam professores de Geografia, 20h Noturno; e de Matemática, 13h Manhã. Conforme a diretora, Cristiani Motta da Silva, há ainda necessidade de funcionário na Merenda. “No momento estamos sem merendeira para os três turnos, pois nossa efetiva está de licença médica e estamos aguardando uma terceirizada”, informa.
Ainda conforme Cristiani, a própria CRE diz que a reposição vai demorar, sob justificativa de que estão aguardando a assinatura do contrato com uma empresa. Nesta segunda-feira, dia 1º de abril, o novo comunicado à direção é de “não haver previsão de chamamento de contrato emergencial e terceirizado.
Em Maratá, o Ensino Médio é na Escola Engenheiro Paulo Chaves, que está com seu quadro completo.
*após o fechamento da edição impressa de quarta-feira, dia 3, a Secretaria de Educação do Estado respondeu. “Sobre o preenchimento de vagas de professores no município de Pareci Novo e Brochier, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informa que já encaminhou as contratações emergenciais para atenderem a demanda. A tramitação já está em andamento e o prazo para que os docentes estejam em sala de aula é de até 15 dias. O cronograma de recuperação das aulas será elaborado pela equipe diretiva e validado pela 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Sobre os funcionários, a Seduc reitera que o processo de contratação da empresa terceirizada que atenderá a 2ª CRE está em fase de conclusão e os profissionais preencherão devidamente as vagas nas próximas semanas.”
Quadro completo, mas com dois Anos juntos
Também em São José do Sul, a E.E.E.M. São José do Maratá não tem falta de professores. Todavia, o diretor Júlio Ricardo Hoerlle explica que este é apenas o resultado da determinação do Estado em unir dois Anos diferentes em Turma Multiseriadas. “O 6º e 7º Ano eram separados, mas a Coordenadoria juntou as turmas. Os professores das áreas de Conhecimento reduziram a carga horária, desta forma, ficaram com rotina de trabalho com menos horas; pois o que era duas ficou uma turma”, explica. Os docentes que tiveram redução de carga devido a mudança na São José do Maratá precisam complementá-la em outras instituições ou diminuir a rotina de trabalho e de renda.
Diretor defende separação da turma 6º/7º Ano
Questionado sobre prejuízo ao aprendizado por serem dois currículos distintos, o diretor observou, primeiramente, que a Escola é do Campo, tendo iniciado e mantendo até hoje multiseriadas nas Series Iniciais (1º/2º e 4º/5º), com um professor no atendimento globalizado. “Mas nas turmas a partir do 6° Ano fica um pouco complicado, onde são professores por área de Conhecimento, não habituados a atender duas séries em uma”.
O diretor assinala ainda preocupação da Comunidade Escolar com a Legislação, pois há aluno com laudo de deficiência intelectual; para o qual seria adequado frequentar uma turma menor. “Cabe ressaltar que o trabalho pedagógico teria mais qualidade com desmembramento da turma 6º/7º Ano, pois seria possível trabalhar as diversas possibilidades de aprendizagem e dar ênfase ao currículo adaptado”, defende.
Hoerlle observa que a escola como espaço inclusivo deve considerar como seu principal desafio o sucesso de todos os alunos, sem nenhuma exceção. “Para melhor atender os estudantes e adotar um currículo vinculado à Educação do Campo, com estímulo à pesquisa para culminância no Dia da Escola do Campo, seria melhor a separação das turmas do 6º e 7º”, finalizou.