Jovens talentosas. Maria Clara, Júlia Maia e Gabriela Dörr representam Montenegro em torneio nacional de handebol
Enquanto muita gente mostra desânimo com a falta de incentivo no esporte em Montenegro, três meninas da cidade deixam as adversidades para lá e vão atrás dos seus sonhos. Em Novo Hamburgo, o trio inicia sua trajetória no handebol, modalidade pouco praticada no Vale do Caí. As jovens talentosas jogam pela Sociedade Ginástica e nesta quarta-feira embarcam para Atibaia, em São Paulo, onde disputarão um torneio nacional.
Maria Clara Lucena Fernandes, 12 anos, Júlia Maia, 14, e Gabriela dos Santos Dörr, 14, se uniram pelo mesmo objetivo. Alunas da Escola Januário Corrêa, elas praticam o esporte na escola há bastante tempo e contam com o apoio dos pais para alçar voos mais altos no handebol. Quem abriu os caminhos para o ingresso do trio na Sociedade Ginástica foi Gabriela.
No final de 2017, o pai de uma amiga da jovem intermediou a ida da atleta para o clube de Novo Hamburgo. “Eu participava do programa Atleta do Futuro, no Sesi. Jogava handebol, aí o pai de uma amiga sabia que eu gostava do esporte e me ajudou a ir para lá (Vale do Sinos). Entramos no meio do projeto de formação. Então, conversamos bastante, trocamos ideias sobre posições”, conta.
Depois disso, as portas se abriram de vez para Maria Clara e Júlia, que se juntaram a Gabriela na Sociedade Ginástica neste ano. “Entrei em março. Sempre gostei muito de esporte, mas jogo só handebol. Tenho mais domínio com as mãos e acho o jogo muito acirrado”, ressalta Júlia, que atua como ponta esquerda.
Mais nova do trio, Maria Clara jogava futebol no time do Inter até o ano passado, quando foi incentivada pelas meninas a rumar para o handebol. Ela atua como pivô na modalidade. “Na escola sempre joguei. O companheirismo que temos com as outras pessoas me fez gostar ainda mais”, afirma a atleta de 12 anos.
Na modalidade, o sonho das três jovens é o mesmo: jogar pela Seleção Brasileira. O primeiro grande desafio na busca desse sonho inicia amanhã, quando elas embarcam para Atibaia, em São Paulo. Um torneio a nível nacional é uma oportunidade de ouro e as montenegrinas esperam aproveitar da melhor forma possível.
Pais acompanham de perto as futuras craques
Leandro Klug Fernandes (pai da Maria Clara), Lucinara do Amaral Maia (mãe da Júlia) e Simone Dörr (mãe da Gabriela) estão apreensivos por ficarem alguns dias longe das filhas, que representam Montenegro no torneio de Atibaia a partir de amanhã. Contudo, os familiares irão acompanhar cada passo das meninas na cidade paulista, mesmo com certa distância.
“A gente está sempre junto. Não somos atletas, então aprendemos com outros pais. Temos que incentivar a prática. Trabalho em equipe é um dos valores da vida”, enaltece Leandro. A rotina dos treinamentos do trio também não é fácil. Os trabalhos acontecem todas as segundas, quartas e sextas à noite, em Novo Hamburgo. Quando os pais não podem levar as meninas de carro, elas vão de ônibus e voltam com a van de Montenegro que leva estudantes para a Feevale.
Gabriela é a única do trio que já viajou de avião, mas garante que não é fácil controlar a ansiedade. “Quando chegar no aeroporto, ficarei bem nervosa”, diz.