Corte seria consequência do fechamento das instituições de ensino durante a pandemia
Sete assistentes de diferentes escolas da cidade estiveram em frente à Prefeitura Municipal de Montenegro na manhã desta quinta-feira, 14, para reivindicar o pagamento do vale-alimentação durante a pandemia do novo coronavírus. Na última semana, as profissionais foram informadas pelo governo de que não receberiam o pagamento adicional, de aproximadamente R$ 400,00, porque estão afastadas de suas atividades. Enquanto elas estavam do lado de fora do Palácio Rio Branco, na parte interna do prédio, a Administração Municipal realizava uma reunião com representantes de diferentes setores de Educação para debater o assunto.
A assistente Inês Boeira frisa que ela e suas colegas, ao ficarem sabendo da possibilidade de corte no adicional, na última semana, entraram em contato com a Secretaria de Educação do município para entender a situação. “Não estão dando para nós a opção de fazer o ‘tele-trabalho’ em casa. Não estamos de férias e também não estamos nos negando a trabalhar neste período. É o momento que mais precisamos desse vale”, alega.
As profissionais asseguram que estão buscando alternativas durante este período sem aulas presenciais. “Entendemos que não podemos trabalhar normalmente e temos medo de um retorno agora. Lutamos pelo nosso direito. Inclusive, falamos que poderíamos auxiliar as professoras, mas essa sugestão foi basicamente ignorada. Poderiam nos disponibilizar um curso para o período pós-coronavírus, algo preparatório para o retorno das aulas”, enfatizam.
Além de Inês Boeira, também participaram do ato público em frente à Administração Municipal as assistentes Fernanda Vieira, Fabiane Vitória, Daiane Lenhardt, Sandra Elisa da Silva, Adriana Lassem e Divane Moretto. “São 400 profissionais na nossa área. Só não veio mais gente aqui para evitar aglomeração”, complementa Inês.
O vereador Felipe Kinn da Silva participou da reunião desta quinta-feira na Prefeitura Municipal. Ele defende a importância do pagamento do adicional para a maioria das profissionais. “No início desta semana houve esse comunicado interno (referente ao corte do vale-alimentação). Muitas mulheres dependem desse adicional, são mães com três, quatro filhos. Buscamos resolver essa questão de uma forma que fique bom para os dois lados. Para manter o benefício, as assistentes farão projetos para as escolas e encaminharão à Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec)”, explica.
A assistente Alessandra Muñoz também esteve presente na reunião e destaca que as profissionais da classe estão dispostas a fazer o possível para evitar perdas durante a pandemia. “Chegamos a um consenso, aceitaram a ideia de montarmos projetos para benefício da escola, como atividades para os alunos e melhorias estruturais. Vão tentar evitar o corte neste mês. O prefeito disse que vai tentar reverter essa situação”, resume.
A reportagem do Ibiá tentou falar com a secretária municipal de Educação e Cultura, Rita Carneiro Fleck, na tarde de ontem, mas não conseguiu localizá-la.