A Assembleia Legislativa aprovou, na terça-feira, a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento, a Corsan, que terá o controle acionário vendido para a iniciativa privada. A proposta recebeu 33 votos favoráveis e 19 contrários dos deputados. A meta do governo estadual é abrir o capital da estatal já no primeiro semestre de 2022, quando aberta a janela de negócios da Bolsa de Valores.
Em coletiva de imprensa no Piratini, o governador Eduardo Leite comemorou a aprovação. “A população gaúcha não quer simplesmente ter uma companhia de saneamento, quer ter saneamento, a garantia de abastecimento de água com qualidade, o que lamentavelmente não tem tido condição em volume suficiente para coleta e tratamento de esgotos nos nossos municípios”, colocou. Ele aponta que a privatização é caminho para cumprir as exigências do Marco Legal do Saneamento, ampliando a capacidade financeira da empresa para atender a obrigação legal de, até 2023, ter 90% do esgoto tratado; e 99% da população abastecida com água tratada.
A Corsan foi fundada em 1965, tem mais de cinco mil empregados e atende a grande maioria dos municípios gaúchos. A questão é polêmica e vem dividindo opiniões. Há ressalvas até dos prefeitos; e a Famurs chegou a pedir mais tempo, no início da semana, para debater a questão. Diante do movimento, o governo conseguiu passar uma emenda ao projeto, que garante que 5% dos recursos obtidos com a privatização serão investidos em obra de infraestrutura urbana nos municípios. Abriu, assim, o caminho para a aprovação.