“Às vezes o ser humano assusta bem mais do que um suposto vírus”

A frase que dá título a essa matéria foi escrita e divulgada em redes sociais por Larissa Santos, montenegrina que confirmou ser uma das pacientes que aguarda que exames confirmem ou descartem o diagnóstico de coronavírus. Apesar de seu nome não ter sido divulgado pelo Ministério da Saúde, como conhecidos seus sabiam que ela recentemente esteve fora do país, Larissa passou a ser citada como um possível caso suspeito. Então, através de seu Facebook, esclareceu que sim, ela é uma suspeitas de ter o vírus, está bem e, também deixou claro que alguns comentários a incomodaram,

“A questão é que eu tô muito bem gente, por PRECAUÇÃO (pq sim, ao contrário do que muitas pessoas encheram a boca pra falar, o ministério da saúde está fazendo um baita de um trabalho com os SUSPEITOS) estou em isolamento na minha casa. Fiquei assustada quando soube que ia ficar em isolamento, mas o que me assustou mais nesta história toda, foi o que alguns Montenegrinos escreveram sobre eu, sem me conhecer, ou até mesmo sabendo quem sou, escreveram e falaram por aí. Sim, as vezes o ser humano assusta bem mais do que um suposto vírus”, diz o seu comunicado de esclarecimento.

Além de tranquilizar seus amigos e familiares, ela faz um desabafo sobre ter sido chamada, pejorativamente, de “riquinha”. “ Também gostaria de agradecer a todos que se preocuparam, ofereceram ajuda, me defenderam, me acalmaram, me protegeram… Acredito muito na força do universo, e tomara que ele escute vocês que me chamaram de riquinha, tô só por ser uma mesmo, por enquanto sou só uma pessoa que trabalha, estuda e sabe guardar dinheiro”, finalizou ela.

Três casos suspeitos em Montenegro

Montenegro tem três casos suspeitos de coronavírus em análise. O primeiro, divulgado no fim da tarde quinta-feira, 27, e, os outros dois foram informados na quinta, 28. De nenhum deles há confirmação, sendo que se aguarda o resultado de exames. Cristina Reinheimer, secretária de Saúde de Montenegro, explica que esses casos são considerados suspeitos porque os pacientes, além dos sintomas – febre a partir de 37,8 graus, coriza, tosse, dor de garganta, falta de ar – viajaram para algum dos países considerados contaminandes.

Por orientação do Ministério da Saúde, no objetivo de evitar o estigma social, não será divulgada nenhuma informação dos pacientes. Isso inclui sexo, idade, bairro onde morra ou país para onde viajou. Diante do temor que se instalou na população, a chefe da pasta de saúde de Montenegro pede que as pessoas não entrem em pânico e salienta que, quem não esteve recentemente em países com registro de casos nem teve contato com pessoas que lá estiveram não tem com o que se preocupar.

Maribel Martins, coordenadora da Vigilância Sanitária de Montenegro, destaca que o importante é tomar cuidados preventivos. “As mesmas orientações para prevenção da gripe. Higienizar as mãos, manter os ambientes arejados e ter a chamada ‘etiqueta da tosse’, cobrindo a boca. Cuidados que não servem apenas para proteger do coronavírus, mas também ao H1N1 e outros vírus”, diz Maribel.

Últimas Notícias

Destaques