Evento já é uma das principais datas para o varejo brasileiro. Comdecon alerta para os cuidados necessários
Nesta sexta-feira, dia 23, acontece a tão esperada “Black Friday”, um evento que oferece promoções em diversos segmentos do comércio e da prestação de serviços. A Black foi criada originalmente nos Estados Unidos para coincidir com o feriado de Ação de Graças e promover a liquidação de estoques nas lojas norte-americanas. Logo, ela se popularizou no Brasil e se “abrasileirou”. Em muitas empresas por aqui, o Black Friday (sexta-feira) virou Black Week (semana), para a alegria dos consumidores.
Em Montenegro mesmo, tem lojas de vestuário, de pneus, farmácias, mercados e até barbearias preparando descontos especiais para o evento. Na Brincasa, por exemplo, o gerente Matheus Rodrigues Romero conta que a loja já separou itens como taças, canecas, panelas e blocos de montar com descontos que começam nos 15% e vão até os 50%. “E também estamos com uma queima no estoque de louças”, adiciona.
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a Black Friday se tornou a segunda principal data para o varejo no ano, perdendo apenas para o Natal. Conforme o levantamento, só nas compras online, os brasileiros devem gastar R$ 2,87 bilhões – 16% a mais do que no ano passado e superando a Páscoa, o Dia das Mães, o Dias dos Namorados, o Dia dos Pais e o Dia das Crianças.
E é o setor de eletrônicos o que mais deve se destacar nesta sexta-feira. Conforme estudo encomendado pela marca Samsung, 84% dos brasileiros deve buscar algum item do tipo durante as promoções. Destes, 77% contam que se preparam financeiramente durante o ano para aproveitar os descontos da Black; e 63% a aproveitam para já adiantar as compras do Natal.
Comdecon alerta para cuidados com as promoções
Conforme o secretário executivo da Comissão Municipal de Defesa do Consumidor (Comdecon) de Montenegro, Fábio Junior Barbosa, até mesmo os pequenos empresários aproveitam a jogada da Black Friday para impulsionar suas vendas. “Até pela queda de consumo dos últimos anos, então eles usam a Black para tirar a diferença de meses anteriores”, avalia.
Mas, mesmo com as muitas vantagens da época, é preciso atenção, pois tem quem use do período para aplicar fraudes. A entidade não chegou a abrir nenhum processo relacionado à época no ano passado, mas registrou diversos contatos de consumidores buscando sanar dúvidas sobre jogada de preços, prazos de entrega e possíveis ressarcimentos de valor. Confira alguns cuidados que podem ser tomados:
CUIDADO COM A COMPRA POR IMPULSO
Conforme Fábio, é preciso atenção para não “pular” na primeira oferta que se enxerga. Como, em muitos casos, as promoções da Black só são vigentes durante a sexta-feira (ou enquanto durarem os estoques), existe uma “pressão” para que a compra seja efetuada de imediato, o que pode acarretar em más decisões financeiras. É preciso calma e atenção.
O VENDEDOR PODE ESCOLHER O PREÇO
Uma reclamação constante de quem compra na Black Friday é que algumas empresas colocam o preço lá em cima dias antes apenas para baixá-lo na Black e dizerem que estão com “grandes promoções”. A questão é que, segundo o Comdecon, ainda vale o livre comércio e o empresário tem o direito de subir seu preço em um dia e baixá-lo no outro. “Não é um crime. Se ele botou o preço e o consumidor foi lá e comprou naquele preço, não tem o que fazer”, indica Fábio. Por isso, é preciso acompanhar os valores desde cedo. Existem aplicativos de celular que já fazem isso.
EVITE PAGAR VIA DEPÓSITO BANCÁRIO
Fábio também alerta sobre a forma de pagamento, principalmente para as compras online, quando não há o contato direto com o vendedor. Pagando via depósito bancário e até por boleto, segundo ele, é praticamente impossível buscar o ressarcimento do valor caso se constate que o site da venda seja pirata. “Naqueles Pag Seguro ou com os cartões de crédito, tu até pode contestar um pagamento indevido”, explica.
A “PECHINCHA” AINDA VALE
“Não é porque algo está em oferta que o comprador vai pegar o primeiro que aparecer”, destaca o secretário executivo do Comdecon. “Sempre tem quem pode mais que o outro ou um produto melhor que valha a diferença de preço. E ainda tem muitas lojas que, quando apresentadas à oferta do concorrente, cobrem o desconto”, destaca. Cada real poupado faz a diferença.
ATENÇÃO REDOBRADA NAS COMPRAS PELA INTERNET
As vendas online são as que mais crescem na Black Friday e é justamente com elas que o cuidado deve ser redobrado. O Comdecon aponta que existem sites fraudulentos criados apenas para o período com o objetivo de extorquir os desavisados e até roubar dados pessoais. Têm até os que se passam por grandes e conhecidas marcas, então é preciso utilizar algumas ferramentas. O próprio navegador da internet indica, ao lado do endereço do site, se ele é um local seguro ou não. Cabe ainda o uso dos canais do Procon, do Reclame Aqui ou do recentemente lançado Consumidor.gov para consultar a procedência da empresa visada.
NINGUÉM FAZ MILAGRE
Outra coisa para se cuidar é aquele desconto “milagroso”. Se uma empresa está com um preço muito abaixo dos demais que estão sendo praticados pelas concorrentes, é provável que exista alguma irregularidade. Sempre duvide.
PRIMEIRO BUSQUE A EMPRESA
Havendo algum problema com a compra, o primeiro passo, segundo o Comdecon, é buscar a empresa e tentar a solução direta. Sendo uma compra online e se o contato não for possível, cabe o registro de Boletim de Ocorrências, visto que foram passadas informações pessoais, o que pode trazer problemas. Em paralelo, pode-se buscar o Comdecon/Procon, que auxiliará na busca por soluções.