Durante os últimos dias, a 2ª Semana da Agricultura Familiar de Montenegro abordou temas relevantes à mulher e ao homem do campo, mostrando os frutos de seu trabalho e auxiliando na divulgação e comercialização da produção, por sua importância à economia local. A ação – realizada em parceria pela Prefeitura de Montenegro e entidades como a Emater/Ascar-RS – teve sua culminância nesse sábado, com o Dia da Casa do Produtor Rural e Encontro de Artistas Rurais, realizados na Casa do Produtor Rural. A ação contou com declamadores, violeiros, gaiteiros e, ainda, apresentação de Terno de Reis, mostrando que o campo também tem muita cultura e esta merece destaque.
A professora e poetiza Célia Ávila integrou as apresentações de Terno de Reis. Com o irmão, Telmo Ávila, e a filha, Lucélia Essvein, Célia tocou gaita e entoou a música “O Colono”, de Teixeirinha. Depois ela ainda iria se emocionar ao declamar o poema “Agricultor”. Patrona na Feira do Livro de Montenegro em 2019, se disse emocionada em participar da atividade da manhã de sábado, voltada ao público do interior. “Sou da caneta e da enxada. E esse é um evento importante pra nós, que somos do campo. Eu não saio do interior”, destacou Célia, que mora entre as localidades de Vendinha e Passo da Amora.
Já o tradicionalista Flávio Patrício Vargas declamou “Os olhos do Negrinho”, de Dimas Costa, e citou a importância do campo para o Brasil, seja pelo fundamental peso que a agricultura tem na sobrevivência da população, como para o país enquanto nação exportadora, com terra e clima que possibilitam ampliar a produção agrícola. “Sem agricultores, não teríamos vida sobre a terra, o mundo morreria de fome. Essas pessoas são importantes e precisam ser valorizadas”, finalizou Vargas.
Organizadores já pensam na edição 2020
A Semana da Agricultura Familiar de Montenegro nasceu no gabinete da vereadora Josi Paz (PSB) no ano passado e vem se aprimorando. Se em 2018 o foco esteve totalmente nas atividades produtivas e em levar qualificação ao produtor rural, em 2019, além disso, lembrou-se também de valorizar a cultura do campo. A meta não deixar morrer tradições como o Terno de Reis. “Esse ano, a gente trouxe o Terno, os gaiteiros, o sertanejo raiz. Porque é um resgate. A Semana da Agricultura Familiar de Montenegro tem que ter também o momento da festa, que é a valorização da cultura de quem vem do campo”, disse Josi, que chamava cada um dos artistas ao palco instalado na rua lateral à Casa do Produtor Rural. Ela afirma estar satisfeita com o evento realizado ao longo de toda a semana e, também, com o Encontro de Artistas Rurais.
A sensação de dever cumprido, mesmo com possíveis ajustes necessários para as novas edições, também é destacada pelo engenheiro agrônomo da Prefeitura de Montenegro, Felipe Kayser Lampert. Apesar de reconhecer que algumas palestras mereciam ter tido mais público, Lampert salienta a qualidade das atividades. “O balanço é positivo. Tivemos um bom retorno tanto dos agricultores quanto do público em geral. Para o próximo ano, vamos chamar mais a população”, diz Felipe Lampert, enfatizando a palestra sobre o turismo rural, que enfatizou a futura Rota Fortaleza.
A Emater/Ascar-RS também apoiou a Semana da Agricultura Familiar e, segunda a extensionista rural de Montenegro, Luísa Campos, os objetivos foram alcançados ao valorizar a população do campo e promover a integração da sua cultura com a cidade. “Trazer o que é deles para o meio urbano é importante para que eles se sintam valorizados. E isso fechar na Casa do Produtor Rural, é perfeito”, disse Luísa. Os artistas que se apresentaram receberam como presente uma vale compras de R$ 20,00 para utilizar na Casa do Produtor Rural.