CITRICULTURA. Pomares no Vale do Caí estão entre 200 pontos de monitoramento
O Departamento de Defesa Vegetal (DDV) do Estado está ampliando o Plano de Monitoramento da cigarra “Diaphorina Citri”, vetor da doença do Greening na citricultura. A nova ferramenta são armadilhas adesivas em pomares comerciais e domésticos, em 43 municípios, com mais de 200 pontos monitorados. Na região a primeira cidade que recebeu foi São Sebastião do Caí, em quatro pomares; e ainda há cinco pomares monitorados em Harmonia; cinco em Montenegro e mais cinco em Pareci Novo; além de quatro em São José do Sul. Cada uma dessas propriedades rurais conta com duas armadilhas.
A cada 15 dias os fiscais estaduais agropecuários recolherão o material para análise, além de instalação de novas armadilhas. “Caso sejam encontrados os insetos, eles serão coletados e enviados para o laboratório, para analisar se estão infectados com a bactéria que causa do greening”, explica a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, Rita Antochevis. Ela salienta que apenas ter a presença do inseto não quer dizer que tenha a doença. Os exames apontarão se estão infectados pelo vírus.
Rita destaca ainda o treinamento dado aos citricultores na tentativa de identificar a cigarra, que tem por características principais pousar em ângulo de 45 graus e ter manchas pretas nas asas. Em caso de encontrar um inseto, a orientação é informar à Defesa Sanitária, sendo uma visita extraordinária pouco provável. “A armadilha pode ficar até 15 dias, pois tem um adesivo forte”, aponta. Ela argumenta que nesta situação a identificação pediria uso de lupa, enquanto a presença na folha da planta é mais prática, especialmente pela cigarra ficar imóvel enquanto suga a seiva.
A citricultura é uma atividade social e econômica importante para o Rio Grande do Sul. Estima-se que atualmente são cerca de 8.000 produtores no Rio Grande do Sul. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) garante que realiza fiscalização na entrada de laranjas e de mudas para prevenir à HLB/Greening. A vigilância se torna fundamental neste período no qual a atividade econômica foi ampliada, devido a queda prematura das laranjas em pomares gaúchos causada pelo excesso de chuva.
Entrada pode ser barrada
A Greening é considerada a doença mais devastadora da citricultura mundial, que ainda não teve registros no Rio Grande do Sul, mas já está em Santa Catarina e já causou prejuízos no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. Neste ano, no Rio Grande do Sul, já foram realizadas 18 coletas de plantas e frutos com sintomas, todas negativas para a doença.
“Eu acredito que conseguimos evitar, ou tardar, a entrada do Greening no Estado. Mas precisamos também um pouco de conscientização do pessoal”, afirma Rita. A responsável pela Defesa Sanitária Vegetal reitera que deve ser descartada a importação de mudas sem procedência e sem laudos de sanidade, inclusive de plantas ornamentais, além de importação de frutas com folhas.
Prevenção ao Greening
O HLB/Greening já está presente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e na Argentina e Uruguai, que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul. O DDV já faz o monitoramento da doença a campo há muitos anos, indo nos pomares para verificar a situação das plantas, e também a fiscalização nos postos de fronteira com relação ao trânsito de mudas que podem vir de fora do Estado. “O greening apresenta uns sintomas que são muito característicos que é amarelecimento da planta, os frutos ficam pequenos e deformados. Então quando as equipes encontram uma planta suspeita, coletam o material e encaminhamos para o laboratório”, afirma Rita.
Notificação de casos suspeitos
Caso os citricultores ou pessoas que tenham árvores de citros em pomares domésticos encontrem sintomas semelhantes, podem entrar em contato com a Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 3288-6294. Desta maneira, a Secretaria da Agricultura poderá enviar uma equipe de fiscalização para proceder à coleta de material para análise fitossanitária.