“Aqui eles tem qualidade de vida”: família de imigrantes Venezuelanos está reunida

Após um ano separados, Maria de Los Angeles reencontra o último filho, Roberth

Um ano e quatro meses, esse foi o tempo que Maria de Los Angeles Blanco, natural da Venezuela, ficou separada do seu filho Roberth. Nessa última quinta-feira, 7, por volta das 2h da madrugada, o último Díaz chegava na casa humilde de madeira no bairro Tanac, em Montenegro, junto com a sua esposa e seus três filhos.

Apesar do horário, a família Díaz esperou ansiosa por Roberth com uma galinhada especial preparada para eles. “Agora estou muito feliz, aqui eles tem qualidade de vida. Estamos todos juntos”, diz Maria. Desde setembro de 2019 no Brasil, ela conta que o sonho era ver a família reunida.

Refugiados do país natal, a matriarca junto com a filha Gabriela Blanco e os seus três netos vieram para o país em busca de uma vida melhor. “Aqui da para comer bem, lá um quilo de farinha custava US$ 1 (um dólar), todo o nosso salário mensal”, conta Gabriela.

Em dezembro, Richard (ao centro) chegou em Montenegro

Ainda no dia 13 de dezembro, Richard Diaz sua esposa e três filhos chegavam na cidade. A vinda de mais uma filho foi um acalento para o coração de Maria de Los Angeles, mas ainda assim a preocupação com a saúde e integridade de Roberth persistia. Foi através de uma vakinha online criada por Gabriela, e também de uma campanha social criada pelo voluntário Marcelo Cruz que o último dos irmãos conseguiu reunir-se ao resto da família em Montenegro.

Com a contribuição de Marcelo, da chefe de Gabriela e também de dezenas de montenegrinos, a quantia necessária para o translado foi arrecadada, e a vinda para a cidade foi garantida. “O Marcelo tem um grande coração, é uma ótima pessoa, nos ajudou desde o início”, diz Gabriela.

Depois de uma viagem turbulenta de ônibus até a fronteira e duas semanas esperando por vôo disponível no refúgio criado para os imigrantes, Roberth e a família finalmente conseguiram vir no encontro da mãe. “Já estou bem feliz, porque aqui tem comida, dá para comprar carne, frango e fralda para a minha filha”, conta Roberth. Os itens que parecem normais para os brasileiros são raros para eles. Segundo os Díaz, a fralda é muito cara, então não tem como comprar, o que constantemente acarreta em assaduras nos pequenos. “Lá não temos dinheiro nem para comprar pomadas”, fala Gabriela.

Se estabelecendo na cidade, todos estão muito felizes e já fazem planos para novos empregos e até a compra futura de uma casa para a mãe, Maria de Los Angeles. “Queremos agradecer a todos os brasileiros, fomos muito bem acolhidos por todos”, completa Gabriela.

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