Decisão do Banco Central acarretou no menor patamar da história para os juros básicos
A taxa Selic, dos juros básicos da economia brasileira, passou por um reajuste, anunciado no último dia 31. Depois de ficar 16 meses estável, o Comitê de Política Monetária do Banco Central concordou que ela tivesse um corte de 0,5 ponto percentual. A taxa chega, assim, ao menor patamar da história: 6% ao ano.
Definindo os juros básicos, a Selic tem, dentre outras finalidades, o objetivo de controlar a inflação. Quando a inflação está alta, a Selic é elevada para que os juros bancários aumentem, o crédito seja refreado e, assim, o consumo acabe reduzido. É dessa forma que a inflação cai.
Desta vez, com a expectativa da inflação para os próximos quatro anos girando em volta de 3,5%; e com a aprovação da Reforma Trabalhista trazendo mais confiança à Economia, o corte já era até esperado pelos especialistas. E foi só ele ser definido para que os principais bancos do país anunciassem reajustes em suas linhas.
São percentuais relativamente baixos, mas que devem trazer certa vantagem para quem busca empréstimo ou financiamento, principalmente para as operações mais longas e com valores maiores. Confira ao lado o que anunciaram as instituições.
O que esperar de cada banco:
- CAIXA – Já desde o dia 1º, a instituição colocou em prática novas taxas em algumas de suas linhas de crédito. O cheque especial para pessoa física e jurídica tem taxa mínima de 9,99% ao mês; o crédito pessoal passou a estar disponível para contratação a partir de 2,29% ao mês; e o capital de giro, a partir de 0,95% ao mês. “A depender do nível de relacionamento dos clientes, os descontos nas taxas de juros podem ser ainda maiores. Iniciativa precursora no mercado bancário, as novas taxas valem para atuais e novas clientes”, explicou a instituição, em nota enviada à imprensa.
- BANCO DO BRASIL – Colocou em prática taxas novas desde a última segunda-feira, dia 5. Nas linhas de financiamento imobiliário para pessoa física, as taxas mínimas passaram de 8,49% para 8,29% ao ano, na aquisição pelo “Sistema Financeiro de Habitação”; e de 8,85% para 8,65% ao ano na linha de aquisição “Carteira Hipotecária”. A taxa mínima das linhas de financiamento de veículos novos e seminovos passou para 0,84% ao mês, ante 0,88% ao mês. Já para as linhas de empréstimo pessoal sem garantia, a taxa mínima foi reduzida de 2,99% para 2,95% ao mês. Na mínima do cheque especial, diminuição de 1,99% para 1,95% ao mês.
- BRADESCO – Na mesma linha dos demais, o banco anunciou que reduzirá suas taxas acompanhando a decisão do Comitê de Política Monetária. Na pessoa física, a redução ocorrerá nas linhas de cheque especial, crédito pessoal e veículos (CDC), com a taxa mínima caindo de 0,99% ao mês para 0,95% ao mês. Na pessoa jurídica, o corte será nas linhas de capital de giro, cheque empresarial e, também, veículos.
- ITAÚ – O Itaú/Unibanco não ofereceu muitos detalhes quanto a atualização de suas taxas, mas afirmou que repassará integralmente o corte de 0,5 ponto percentual da Selic a seus clientes. Colocou que o repasse alcançará o crédito, para as pessoas físicas, e o capital de giro, para as empresas.
*Embora deva se caracterizar como um movimento comum a todos, Santander, Banrisul e Sicredi ainda não divulgaram reajustes.
E como fica a poupança ?
Existe uma regra, em cima da taxa da Selic, que estabelece o percentual do rendimento da caderneta de poupança. Quando a Selic está maior do que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança, seja ela a “nova” ou a “velha” é de 0,5% ao mês, acrescido da Taxa Referencial, que é variável. Quando a Selic fica abaixo de 8,5%, a poupança “nova” acaba rendendo 70% da taxa Selic, também somada à Taxa Referencial. No patamar atual, então, o rendimento mensal fica em 0,34% ao mês.