Antes da estreia, bandeirinha local projeta a temporada 2022

Arbitragem. Michael Stanislau atua no jogo do Grêmio nesta quarta-feira

Um dos melhores árbitros assistentes do Rio Grande do Sul na atualidade e consolidado no quadro da CBF, o montenegrino Michael Stanislau está pronto para fazer sua estreia na temporada 2022. Nesta quarta-feira, 26, o bandeirinha local será o assistente número 1 do experiente árbitro Leandro Pedro Vuaden na partida entre Grêmio e Caxias, às 19h, pela primeira rodada do Campeonato Gaúcho.

Em ascensão na carreira, Stanislau se firmou atuando ao lado de Anderson Daronco na Série A do Campeonato Brasileiro. Somente em 2021, o bandeirinha de Montenegro trabalhou em 18 partidas da primeira divisão, além de ter atuado na final da Série C e nas quartas de final da Copa do Brasil. Na reta final do Brasileirão, o árbitro assistente ficou “confinado” na Granja Comary-RJ por 25 dias com os demais árbitros que atuaram na competição.

Antes de fazer sua estreia oficial em 2022, Michael Stanislau concedeu entrevista exclusiva para o Ibiá, fez um resumo do último ano, detalhou a pré-temporada realizada pela arbitragem e projetou os próximos passos na carreira.

Árbitro assistente montenegrino durante a pré-temporada dos árbitros gaúchos. Foto: Luiz Erbes

Jornal Ibiá: Como você avalia o seu ano de 2021?
Michael Stanislau: Foi um ano intenso, com muitas viagens. Algumas vezes, tive três viagens na mesma semana – sempre retornando ao Sul entre cada viagem –, além de 25 dias longe de casa, ficando na Granja Comary para encerrar o Campeonato Brasileiro. Foi uma temporada forte e desgastante, mas certamente valeu a pena toda dedicação e investimento feito.

JI: Para a temporada 2022, quais são suas metas?
MS: Quero começar com o pé direito no Gauchão, atingir jogos de alto nível no Estado e depois pensar no Campeonato Brasileiro.

JI: Assim como os jogadores nos seus clubes, vocês (árbitros e assistentes) também passam por uma pré-temporada, com treinos específicos. Como funciona essa preparação?
MS: Nós passamos de quatro a cinco horas no período da manhã com análise de vídeos dos mais diversos temas (entradas e disputas, mão na bola, impedimento, faltas táticas…) com a tomada de decisão e melhor interpretação na jogada na visão da comissão, para que a gente busque ter critério mais próximo possível entre os árbitros para lances similares. Na parte da tarde, passamos três horas no campo fazendo movimentações de jogo e simulando situações de jogo para ajustes e correções, e também melhor comunicação entre árbitro e árbitro assistente.

JI: Algumas regras são alteradas com frequência pela Fifa. Qual o impacto disso para vocês? A adaptação é tranquila?
MS: Normalmente sim. Elas (regras novas) vêm com clareza, e recebemos vídeos da comissão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) com as alterações, vídeos, conceitos teóricos e práticos.

JI: Mesmo tomando decisões corretas durante a partida, vocês (árbitros e assistentes) estão sempre atuando sob pressão, escutando xingamentos da torcida a todo momento. Como tu lida com essa “pressão psicológica” durante os 90 minutos?
MS: A gente acostuma, é da profissão. Não impacta, mas é preciso manter um nível alto de concentração e não deixar que a pressão externa afete as tomadas de decisão. Isso só a experiência e a rodagem que dá aos árbitros.

JI: Você já integra o quadro da CBF há alguns anos. Mas o escudo da Fifa, é um sonho pessoal seu? Você acredita que está no caminho certo e vê possibilidade de se tornar um árbitro assistente do quadro da Fifa ainda este ano?
MS: Acho que todo árbitro gostaria de atingir o nível internacional, e é de cada um como lida com isso para trabalhar a mente. É possível de ser atingido, não uma regra que acontecerá. Não digo este ano, no próximo ou daqui a cinco anos. Arbitragem é muito dinâmica. O árbitro é feito de jogos e momentos. Tem que estar tudo alinhado para atingir grandes voos. É difícil ter noção do perto ou longe, é um processo. Certamente, tempo e número de jogos na Série A me favorece.

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